A localização do riso
Estamos quase em cima da data limite do prazo de 3 meses para que o Munícipio de Peniche dê resposta à proposta de protocolo apresentada pelo Ministro da Saúde, que contempla o fecho das Urgências no Hospital local.
Desde a data dessa reunião, e prosseguindo a via não trauliteira de discussão, o actual executivo tem tentado munir-se dos elementos técnicos que lhe permitam refutar os pressupostos assumidos pela Comissão Técnica, e convencer o Ministério da necessidade da manutenção do serviço de Urgências em Peniche.
Desde a data dessa reunião, e prosseguindo a via não trauliteira de discussão, o actual executivo tem tentado munir-se dos elementos técnicos que lhe permitam refutar os pressupostos assumidos pela Comissão Técnica, e convencer o Ministério da necessidade da manutenção do serviço de Urgências em Peniche.
Foi também notório o esforço realizado para que todas as entidades lesadas com esta pretensão manifestassem publicamente o seu descontentamento, sendo assumido por toda a região o consenso em torno das ambições penicheiras.
Independentemente do desfecho desta contenda, estou certo que a atitude penicheira sairá prestigiada, demonstrando que a maoria dos penicheiros conseguiu manter uma postura intelectualmente séria neste processo.
Está-se mesmo a ver qual vai ser o resultado do tremendo esforço que se está a fazer para as urgências ficarem em Peniche. Deve ser no mesmo sentido do Modelo e do Plus.
Confesso que me provoca arrepios quando se classifica de forma redutora a discussão em torno deste tema por "trauliteira" ou "não-trauliteira". Não constituirá esta postura em si mesmo "uma postura intelectualmente pouco seria neste processo". Fica a questão?
O que me parece "intelectualmente pouco séria" é a discussão em si mesma. Ponto.
Enquanto se discute o indiscutível, o direito à saúde, à integridade física e à vida, morreu mais uma pessoa em Vendas Novas à espera de uma ambulância. Há momentos para tudo, para discutir, assim como para não discutir agir solidariamente no que é o melhor e mais prudente interesse para todos.
Quanto à classificação da discussão, parece-me que há quem se preocupe mais com a espuma, outros preocupar-se-ão mais com a cerveja.
Fica também esta proposta.
concordo. o ministro é que se devia "arrepiar" com mais uma morte enquanto anda a fechar as urgencias
meus amigos. ainda não se aperceberam que a classe politica se mune de todos os privilégios enquanto que quem os elege vai ficando esvaziado deles. Veja-se o caso de Jorge Coelho. Acham que se este Sr. fosse do povo alguma vez o Socrates faria algo por ele como contactar o Presidente francês para pôr uma cunha para uma intervenção cirugica de urgência?
qual é a moralidade da classe politica em fechar urgências como a de Peniche? Qual é a moralidade de privar direitos a quem os elege?
Respondo ao segundo anónimo, que disse:
"Confesso que me provoca arrepios quando se classifica de forma redutora a discussão em torno deste tema por "trauliteira" ou "não-trauliteira". Não constituirá esta postura em si mesmo "uma postura intelectualmente pouco seria neste processo............."
Ora havendo consenso penicheiro (e como tal também nos visitantes deste blogue) no que respeita à pretensão para a manutenção das urgências em Peniche, não fará muito sentido fomentar a discussão em torno da legitimidade desta medida do Governo.
Caberá sim discutir qual a via para o fazer e deste modo combater aquela derrota de secretaria que nos foi infringida com a segunda versão do relatório da Comissão Técnica.
Ou se rebate com argumentos técnicos apresentados de modo consensual pelas várias forças políticas e com o empenho cívico e disciplinado da população, como está a ser feito. Ou vamos todos para a rua, fazer barulho, chamar os Media e atravessar umas lanchas a tapar as entradas de Peniche.
Poder-se-á ainda dizer que estas duas vias não são totalmente exclusivas e que a segunda poderá existir após a primeira.
Sendo assim, e uma vez que não cabe aos munícipes a argumentação técnica que outros estarão preparando, é a isto que se reduz esta discussão.
Muito seriamente, é esta a minha cogitada opinião.
Não serão os arrepios deste inusitado temporal?