quinta-feira, julho 10, 2008

O princípio do fim do Hospital de Peniche

Por proposta da Administração Regional de Saúde de Lisboa, a ser submetida à aprovação do Conselho de Ministros, as administrações dos Hospitais de Peniche, Caldas da Rainha e Alcobaça vão ser substituídas por um único Centro Hospitalar.
O proposta acrescenta que a médio prazo os actuais hospitais serão integrados no futuro Hospital Oeste Norte. Até lá apenas ocorrerão pequenos ajustes nas actuais unidades.
Até aqui nada de novo e está de acordo com o protocolo de Janeiro passado, entre o Ministério da Saúde e a Câmara Municipal, que acordou a manutenção das Urgências no Hospital de Peniche.
O que há de novo nesta proposta da Administração Regional de Saúde de Lisboa são as seguintes duas passagens, bem reveladoras das intenções futuras em relação ao Hospital de Peniche:

“...tendo em vista que a médio prazo (os actuais 3 hospitais) vão ser substituídos pelo Hospital Oeste Norte.”

“...O futuro das instalações ocupadas pelos hospitais ainda não está definido, mas o Presidente da ARS disse que poderão ser reconvertidas em unidades de cuidados continuados... “

Perante este cenário, percebe-se que Caldas e Alcobaça se digladiem pela localização do novo Hospital.
Já custa mais a entender este consentido silêncio penicheiro......

2 contributos:

At 10/7/08 11:22, Anonymous Anónimo disse...

"O Presidente da ARS disse que poderão ser reconvertidas em unidades de cuidados continuados... “
O ministro Correia de Campos já tinha falado nisto.
A questão que se coloca agora é o que pretende a população de Peniche? A manutenção do Hospital e das Urgências ou a transformação em unidade de cuidados intensivos/paliativos (exclusivamente uma espécie de aguardar da morte com assistência médica?).
As autoridades locais têm a obrigação de começar já a informar a população sobre o que se pretende fazer e ouvi-la no sentido de perceber qual é o seu desejo.
Pessoalmente, defendo a manutenção do Hospital e das Urgências com as melhorias necessárias ao seu bom funcionamento.
Podem ter a certeza que o tratamento em grandes unidades hospitalares se torna impessoal e deficiente. Já viram a multidão de doentes que por lá se acumula? A concessão de alta ainda com as pessoas fragilizadas que, nalguns casos, vêem agravar a sua situação?O objectivo é "despachar" as pessoas e tornar o serviço eficiente, ou seja, rentável.
Não tenhamos ilusões, não será possível fazer as visitas com frequência nem ajudar os familiares internados como acontece por cá.
Há deficiências mas a população tem de lutar pela sua superação e não, quanto a mim, defender o hospital nas Caldas ou Alcobaça.
É interessante ver os anúncios dos hotéis em que fazem referência à proximidade de uma unidade hospitalar. Portanto, numa cidade que se deve virar cada vez mais para o turismo e que já no Verão vê aumentar a sua população tem de pensar muito bem no que é melhor para os seus interesses.
Gostaria só de acrescentar que não sou contra a construção de um hospital central, dotado de especialidades e outras valências com maior proximidade a este concelho, evitando deslocações a Lisboa ou Leiria.
Um outro aspecto a salientar é que, efectivamente, já se nota uma guerrinha entre as Caldas e Alcobaça!
A.C.

 
At 10/7/08 11:47, Anonymous Anónimo disse...

Caro JP

Em 22 de Janeiro fiz idêntica observação na sequência do almejado desfecho relativo ao serviço de urgências de Peniche.

Na altura, a comissão de utentes, deixou-me a seguinte observação subscrita pelo Senhor José Rui Raposo:

"A propósito do artigo de opinião inserto neste jornal sob o título "Apenas uma questão se me é permitida", assinado pelo Sr.Bernardo Ribeiro Costa, quero aqui deixar os seguintes comentários, na qualidade de membro da Comissão de Utentes "EM DEFESA DA URGÊNCIA DO HOSPITAL DE PENICHE":
-A Comissão não ficou inibriada com nada, nem se iludiu quanto àquilo que no futuro poderá ter que ser feito para defender de novo a Urgência do HP. Sabemos quais os objectivos políticos deste Ministro e do Governo a que pertence e sabemos também que construído o hospital do Oeste Norte, a questão se vai colocar de novo.
-Ainda assim e tendo em conta que, Governo de um lado e Câmara Municipal, Comissão de Utentes e População de Peniche do outro, não estão nesta "batalha"em plano de igualdade, há que realçar, neste momento, o que se alcançou - A URGÊNCIA, AGORA, NÃO FECHA.
-Mas, para além de a urgência não fechar, agora, o Ministro ficou comprometido com a concretização de outros objectivos que são importantes para a melhoria da SAÚDE no concelho de Peniche.
-Quanto à "clareza" do comunicado ministerial, direi que pode ter duas leituras. Uma primeira, é aquela que o Sr. Bernardo Costa retira do texto. E uma segunda, se me permite, é aquela que todos os que estão apostados em não deixar que a Urgência encerre, fazem: quando o novo hospital estiver construído ou em vias disso, a situação tem de ser reavaliada e nessa altura se concluirá se se justificam novas iniciativas pelo objectivo que nos levou à constituição desta Comissão.
-Até lá, pode ficar descansado que a Comissão de Utentes está vigilante"

Suponho, assim, que a Comisssão de Utentes continue vigilante.

Assim se espera.

 

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