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Participei na manifestação de 15 de setembro, em Peniche. Algo ingenuamente, concluo-o agora. Julguei-me a lutar contra este conluio que há longos anos se instalou em Portugal e que, na maior promiscuidade, lá vai montando negócios desastrosos para o Estado, na conivência de impunes governantes, para enriquecimento de ambos, e com a fatura a ser invariavelmente apresentada à maioria dos portugueses. Esta situação, algo permitida pela passividade portuguesa perante a “espertalhice” de alguns dos nossos políticos, gerou um endividamento externo que compromete o nome de Portugal e com o qual não podemos falhar. Este condenável comportamento foi (e é) transversal a várias forças políticas e não se compadece de mais umas trocas de cadeiras. Há que assumir com todos os sacrifícios as nossas dívidas externas, mas denunciar todos os obscuros negócios (PPP e quejandos) e os seus promotores que estão na base desta periclitante situação. Denunciá-los, julgá-los, condená-los, linchá-los na praça pública e partir para uma era de outra responsabilidade política e cívica, renovada de todas as ligações inquinadas entre políticos e capital. Foi por isso que saí à rua no dia 15 de setembro. Não acredito que alguma das forças políticas atuais tenha capacidade para inverter esta situação. Julgava-me a lutar contra isso. Mas não! Logo a oposição pegou num milhão de descontentes e usou-a em proveito próximo, para se aproximar mais do poder. Estão em causa os excessivos (mas intocáveis) 230 lugares do parlamento, outros mais ainda no governo e aparelho de estado, com todas as regalias e benesses, a que se juntam as ligações diretas e indiretas e os corredores franqueados a muitos conselhos de administração das principais empresas portuguesas, perfazendo uma vida financeiramente tranquila, com futuro regalado.
Tenham vergonha!!!
a responsabilidade do estado a que Portugal chegou, não é dos politicos, mas sim de quem os colocou no poleiro!
Deixemo-nos de fugir com o rabo á seringa e de atirar as culpas para os outros!
Os culpados são os abstencionistas e os eleitores do PS, PSD e CDS e mais ninguém.
Estes que se cheguem á frente e assumam as responsabilidades, visto que por culpa deles pagam todos.
Os culpados não são os que seguem ideologias mas os que se deixam enganar pelas máquinas partidárias que controlam o país apoiadas em três grandes pilares, o suporte do capital, o controlo dos media e o voto do ingénuo povo.
Veja-se o caso dos pequenos (e alguns interessantes) partidos que entretanto têm surgido e que soçobram, abafados por essa bem urdida conjuntura.
Tem da existir alternativa a este fartar vilanagem!
Caro JP, hoje em dia, só se deixa "enganar" quem quer.
Ninguém obriga o "ingénuo" Povo a votar em quem vota.
Uma vez mais, reafirmo que os cidadãos portugueses são os responsáveis e não as "vitimas enganadas, ingénuas e inocentes".
Foram eles, que por esolha consciente e de moto próprio, decidiram que o Pais levasse o rumo que levou.
O resto são as habituais desculpas: a culpa é dos "politicos", dos "arbitros", do "mau tempo" ou das "correntes de ar".
Já chega de choramingar, irra.
E, dentro da panóplia política atual, que soluções então restam aos eleitores elucidados, sagazes, esclarecidos, para inverter esta galopante situação?
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se as pessoas não se revêm nas alternativas existentes, deverão chegar-se á frente, organizar-se e constituir e construir elas próprias essa alternativa.
agora, se ficarem sentados no sofá, dificilmente chegarão a "elucidados, sagazes e esclarecidos", não passando de meros "treinadores de bancada".
é muito mais fácil ser intelectual de café que operário da vida.
Porque não iniciar esse descontentamento ao nível da política local? Peniche mantém os mesmo problemas (sociais) de há décadas atrás. O Caus urbanístico dentro da cidade mantêm-se. Há regulamentos municipais que teimam em não ser cumpridos. Os poucos jovens que podem prosseguir estudos nunca têm oportunidade de trabalho cá. As barracas do povo cigano teimam em clonar-se à velocidade da luz. Não temos uma biblioteca/edifício cultural digno desse registo. Assistimos a um conjunto de realizações que uma junta de freguesia suspira por conseguir (rotundas, asfaltamentos, arranjar a telha da casa da ti mariquinhas, etc.) Parece muito pouco para que se possa chamar a isto desenvolvimento, muito menos Amar Peniche, como se disse. Bom, resta-nos o surf. Peniche precisa de alguém que deixe de pensar em fazer carreira política à custa do sacrifício das suas gentes. Gastar dinheiro em viagens ao estrangeiro, em nome de Peniche, num momento tão delicado como o que vivemos, é no mínino de uma enorme falta de sensatez.
então e chegar-se á frente e fazer qualquer para mudar isso?
Eu fico estupefacto porque toda a contestação popular se baseia no apoio às políticas que nos levaram à situação em que estamos, tais como o despesismo do estado e a fraca competitividade da indústria portuguesa.
Não vejo o povo a defender a criação de mecanismos que tragam investimento estrangeiro ou o corte em tudo o que o estado financia e não é prioritário (RTP, TAP...).
O povo tem mostrado ser extremamente egoísta, e ao não defender a sustentabilidade do estado, arrisca-se a daqui a escassos anos o estado deixar de poder albergar seja o for, essencial ou não.
Ora bem, ficamos a saber que o Povo (aquele pessoal que leva 400/500 Euros para casa ao fim do mês) é egoista.
E tambem que a contestação se baseia no apoio ás medidas que nos levaram á situação em que estamos: PPP's, Fundações, Assessorias Juridicas, Nomeações pagas a peso de ouro para Conselhos de Administrações, etc...
Seria cómico, se não fosse trágico.
Caro José Romão, como esclarecimento, gostaria de informar que a crise começa nos mercados não devidamente regulados e com a bolha imobiliário nos USA. Os bancos concederam créditos como rebuçados e agora quem paga a crise é o povo. Não, o povo não é egoísta, o povo pouco tem. Em relação à competitividade da economia, essa aumentará, certamente, se os trabalhadores não forem pagos mal, muito mal. Os empresários devem ser os primeiros a dar esse sinal. A si, a crise, pelo que diz não lhe toca. Tente procurar a realidade e perceber porque os portugueses protestam, verá que há pessoas com falta de comida em casa, medicamentos, etc. Chama a isto EGOÍSMO? Lamentável...
E não sou militante da esquerda radical, sou realista.
Caro anónimo, a situação mexe comigo também. Como estudante de engenharia, sei que para ter o mínimo de condições vou ter de emigrar assim que acabar o curso, tal como muitos dos meus colegas e outros da chamada "massa cinzenta" portuguesa. Pela minha parte não me armo em vítima e encaro-o com espírito de aventura. Creio que o país é que perde mais, pois andou a investir em nós e agora somos forçados a contribuir com o nosso conhecimento e dinheiro para outro país.
E sim, há pessoas muito mal neste país, mas não são essas que andam por aí a criticar a privatização da RTP ou o corte nas fundações. A verdade é que em tempos mais prósperos há dinheiro para tudo, agora se a população no geral critica acefalamente cada corte que o estado faz sem apresentar alternativas não está a contribuir para sairmos deste buraco.