Os fiéis amigos...de Peniche.

Custa-me a entender esta predilecção lusa pela gastronomia do bacalhau.

O peixe é pescado a milhares de quilómetros, em terra tão distantes como o Alaska, Terra Nova, Islândia ou Noruega, e chega-nos cá depois de inflaccionado por uma intricada rede comercial, que normalmente apresenta entrepostos en terras com nomes terminados em "sund" ou "onsen", com pelos menos dois "os" com trema e outros tantos cortados por traço oblíquo.
Deveriam existir alternativas mais razoáveis, mais naturais, mais próximas.

É por isso que registei com agrado a presença dum Stand de venda de peixe seco, no Festival Sabores do Mar em Peniche.

Eram várias as espécies apresentadas, todas eles pescadas a escassos quilómetros da costa portuguesa, e todas conservadas por secagem ao sol de Peniche, técnica ancestral que se mantém enraizada na tradição da terra.

Eu por mim, aviei-me.

Na segunda começarei por experimentar umas lascas de carapau (seco) assado na brasa. Na terça avançarei para um cantaril (seco) à Zé do Pipo. Na quarta será a vez dum safio (seco) à Margarida da Praça. Na quinta degustarei uma garoupa (seca) à Gomes de Sá. E na sexta avantajar-me-ei com uns quelmes (secos) à Brás.

É que estou empenhado, com todo o gosto, na defesa do Património.