quarta-feira, maio 30, 2007

Diferendo protocolar

Levantam-se vozes apreensivas a propósito deste protocolo, entre a Câmara Municipal de Peniche e a URAP, União de Resistentes Antifascitas Portugueses.

Como anti-fascista não posso deixar de concordar com os pontos que são objecto do citado protocolo.

Como penicheiro comungo da apreensão referente à possibilidade da excessiva ocupação da Fortaleza para este fim.

A Fortaleza tem uma história que não se esgota e vai muito além do período negro em que serviu de prisão política ao antigo regime.

O protocolo peca por ser omisso na àrea a destinar a tal projecto e como tal é justificada a apreensão dos penicheiros, que querem continuar a contar com a Fortaleza como um espaço privilegiado da cidade, aberto a uma multiplicidade de projectos futuros.

No que toca à conservação do acervo documental que a URAP se propõe a recolher, referente ao período da Resistência Antifascista, não posso deixar de alertar para esta passagem, deste post de BRC, na Minha Laranja Amarga e Doce: "...Como é amplamente conhecido, a Fortaleza não está próxima do mar, está dentro do mar. Esse elemento, dominante, é altamente hostil quer a qualquer colecção que lá exista dentro, quer à própria edificação, como se vê no seu estado actual. Sendo um dos objectivos dos espaços museológicos o da conservação preventiva dos seus espólios, prolongando a vida dos bens culturais e tratando as causas de degradação, não se percebe como alguma vez se poderá atingir esse desiderato quando escorre água do mar pelas paredes."

3 contributos:

At 31/5/07 15:28, Blogger jp disse...

rodrigo,
Por momentos fui tentado a pôr cobro à sua inadequada publicidade, mas afinal tratava-se apenas de inocentes t-shirts...

 
At 31/5/07 22:28, Anonymous Anónimo disse...

pois realmente ... esses dois factores referidos no texto são, de facto, de uma importância extrema. Existe no entanto um pecado que antecipa e amplia todas e quaisquer apreensões penichenses. "O que nasce torto, jamais se endireita" todos conhecem o ditado, mas ninguem conhece o futuro. O que choca é uma serie de eventos, acções e mudanças das quais a população não tem conhecimentE previo! Hehe
É bastante grave e preocupante, sobretudo quando falamos de um espaço penichEro (de todEs portantE!) que para além de ser um Museu,se trata de um MONUMENTO de grande evergadura!!

 
At 31/5/07 22:52, Anonymous Anónimo disse...

Tem graça que depois de ter deixado o comentario anterior, fui ao site da URAP e confirmei que somos todos Populunchos, pois tambem a proposito do museu em Santa Comba li: Como diz o nosso povo "o que nasce torto tarde ou nunca se endireita".
Segue uma parte:

3. No entender da URAP, há indícios suficientes de que a Câmara Municipal de Santa Comba Dão pretende avançar com um projecto que não tem suporte nas deliberações efectivamente tomadas no exercício dos órgãos autárquicos (ou até as contraria). Por outro lado o projecto do Museu Salazar constitui uma operação financeira altamente desvantajosa para o município e, por conseguinte, para os contribuintes portugueses, nomeadamente a pensão vitalícia de 2000 euros mês paga ao sobrinho neto de Salazar, em troca da «doação» duns «tarecos» que pertenceram ao ditador fascista e pouco mais, e sem qualquer aprovação da Assembleia Municipal nesse sentido.

4. Como diz o nosso povo "o que nasce torto tarde ou nunca se endireita".

Confirma-se que o projecto do "Museu Salazar" nasceu em confronto com a Constituição da República e a Lei, está eivado de ilegalidades no próprio processo de decisão municipal e está cada vez mais confrontado com a constatação da respectiva ilegalidade.

5. E sobretudo o Museu Salazar está confrontado com a resistência crescente da opinião pública democrática ao objectivo inaceitável de edificar e concretizar um "santuário" do criminoso regime fascista, deposto em 25 de Abril de 1974.

Pel' O Conselho Directivo da URAP

 

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