quinta-feira, outubro 25, 2007

Ainda o Campo da Torre

É consensual que o projecto de reabilitação do Campo da Torre, que decorreu durante vários anos, com várias oportunidades de discussão, quer ao nível instuticional, quer no domínio da participação pública, teve um resultado final que não agradou aos penicheiros.
A boa intenção que presidiu à substituição do saibro do projecto inicial pela gravilha, resolveu o problema do uso daquele espaço em tempos chuvosos, mas teve como resultado um piso incómodo, não facilmente transitável, que inviabiliza a utilização daquela área como local de lazer e disfruto.
Muito se disse e argumentou sobre os culpados desta situação e a discussão entrou na esfera política, razão mais que suficiente para sobre ela não opinar.
Certo é que está mal e importa corrigir.
A primeira correcção foi por demais infeliz. A cedência aos argumentos dum grupo de pressão comercial, que conseguiu reintroduzir o estacionamento automóvel no meio do largo, comprometeu toda a intenção do projecto inicial, a dum amplo largo para usufruto dos munícipes e visitantes, com concomitante enquadramento paisagístico da Fortaleza.
Se se invoca que a ausência de contestação na fase de projecto subentende a aprovação (pelo menos tácita) da maioria dos penicheiros, como se justifica que, a posteriori, a vontade de alguns possa induzir alterações.
Preconiza-se agora outra achega ao projecto, com a criação de dois passeios de ambos os lados do arruamento para permitir uma circulação de peões.
Parece-me pouco. Se o objectivo era que o largo fosse uma zona de lazer, uma sala de visitas da cidade, haveria que substituir toda a gravilha por lajes calcárias de modo a que a circulação pedonal na zona se fizesse em toda a sua dimensão, sem condicionalismos, e que possibilitasse o total uso do largo na míriade de actividades turísticas e culturais a que ele tanto se adequa, e em que este executivo é pródigo.
É claro que tudo isto deixa de fazer sentido se a Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem voltar a esta zona, o que por si só justificará a gravilha existente.
Sobre isso, resta-nos esperar o que os comerciantes da zona irão decidir....

5 contributos:

At 25/10/07 14:27, Anonymous Anónimo disse...

JP, 100% de acordo contigo! eu não diria melhor!

Quem prometer relvar o lado sul junto ao muro da fortaleza, pavimentar os largos a norte e plantar umas árvores aqui e ali, ganha as próximas eleições.

 
At 25/10/07 14:45, Anonymous Anónimo disse...

Como esta câmara é muito exigente, entendeu mudar o pavimento, então a solução foi a gravilha (dá vontade de rir!!!) que vantagens pode ter um material deste tipo? Nenhumas! Não se pode pisar (pelo menos não dá jeito), não se pode usufruir do local, nem chegar perto da fortaleza mas, isso não me admira. Esta câmara não quis a pousada na fortaleza mas antes o museu da resistência (uma grande opção, traz muito para Peniche! Sem esquecer que retirou a feira do artesanato da mesma! Outra coisa esperta! Os penicheiros como eu, iam à fortaleza nessa altura, agora perguntem-se se vão lá durante o ano? Fazer o quê?) São opções meus senhores... somente opções!

 
At 25/10/07 15:07, Blogger FGV disse...

Absolutamente de acordo com o exposto neste post (vamos a ver o que os comerciantes da zona vão decidir? ), tambem de acordo com o comentário anterior, não percebi ainda porque tiraram a Feira do Artesanato da Fortaleza, será que não querem que a frequentemos?

 
At 25/10/07 19:46, Blogger A.S. disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

 
At 25/10/07 19:53, Blogger A.S. disse...

Também concordo consigo, JP. Mas neste momento não vale a pena chorar sobre o leite derramado. Há que arregaçar as mangas e corrigir os inumeros erros que o projecto tem. A começar por tornar o espaço transitável, colocar calçada ou mesmo lajes de pedra, esses sim materiais nobres. Quanto á questão dos carros e dos comerciantes, eles que percebam de uma vez por todas que os clientes não vão lá comer por causa do estacionamento ou da falta dele. Fidelizar um cliente implica outras factores, a começar pela qualidade da comida e do serviço. É por ai que a coisa deve começar. A Câmara ao ceder a pressões abre precedentes e reconhece acima de tudo que eles teem razão. Já passou o tempo de as cidades serem entregues aos carros, agora as cidades estão e muito bem, a serem devolvidas aos peões. Deixem de pensar pequenino.
António Sales

 

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