segunda-feira, maio 18, 2009

Cancioneiro Íntimo (I)

Não me deixem tranquilo
não me guardem sossego
eu quero a ânsia da onda
o eterno rebentar da espuma

As horas são-me escassas
dai-me tempo
ainda que o não mereça
que eu quero ter
outra vez
idades que nunca tive
para ser sempre
eu e a vida
nesta dança desencontrada
como se de corpos
tivéssemos trocado
para morrer vivendo

Ânsia de Mia Couto

2 contributos:

At 18/5/09 11:34, Blogger ângela m. disse...

Um belo poema, de um escritor que vale sempre a pena reler, em poesia ou em prosa...

 
At 21/5/09 22:31, Anonymous Periquita da Naza. disse...

Adorei o poema!
Parabens pelo post e pelo blog!
Serenela Periquito da Nazaré.

 

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