Praia do Encontro
Esta imaginação de sal e duna,
inquieta e movediça como areia,
ergue, isolada, a praia, mais a espuma
que sereia nenhuma
saboreia...
Quisesses tomar tu este veleiro,
que em secreto estaleiro construí,
sem velas, sem cordame, sem madeira
- mas branco, e todo inteiro
para ti...
Brilha uma luz de morte sobre o porto saido mesmo agora da memória...
Ali estarei, à tua espera, morto,
ou vivo em minha morte
transitória...
Combinado. Que eu juro não faltar!
Contrário de Tristão, renascerei,
se pressentir, aérea, sobre o mar,
a sombra singular
do barco que te dei.
Poema: David Mourão-Ferreira
Fotos: Dias dos Reis
Fotos: Dias dos Reis