Amigos de Peniche: Antigos de Peniche (XIII)

terça-feira, dezembro 21, 2010

Antigos de Peniche (XIII)

Há muito que procurava este filme que sabia existir.
Encontrei-o ontem, no blogue Peniche Memórias, musicado e desnecessariamente acrescentado.
É seguramente uma das formas mais intensas de sentir a "gente da minha terra"!

(com audio!)

7 contributos:

At 21/12/10 10:41, Manuel Leonardo disse...: Obrigado
Memoria Portuguesa
Obrigado
Amigos de Peniche
Obrigado JP
O radar esta sempre a trabalhar !!

Foi uma bonita prenda de Natal

Apesar de o comentario comecar truncado pois a entao Vila era a Povoa de Varzim e a estatua e o
Cego do Maio
Figura mistica da Povoa do Varzim a qual tive a honra de inaugurar acompanhado com o Antonio da Leliana que nao me recordo agora o seu apelido com as nossas respectivas Mulheres representando nos os Pescadores de Peniche e as nossas Mulheres representando as Mulheres de Peniche , graca a amabilidade do sempre Fiel e Glorioso Comandante Silvano Ribeiro, entao
Comandante da Capitania do Porto de Pesca de Peniche
Uma Festa Linda que sempre recordamos com prazer e emocao . Mais uma Vez o nosso muito Obrigado
Santo e Feliz Natal Para todos e o mais possivel Prospero Ano Novo para todos principalmente os que mais precisarem ,de todos da Familia Penicheira de Vancouver.
Manuel Joaquim Leonardo
Peniche Vancouver Canada
fielamigodepeniche.blogspot.com
At 22/12/10 09:38, Anónimo disse...: Bom dia

É de facto um documento histórico muito interessante e que me enche de orgulho porque filmado pelo meu Pai. No entanto, importa emendar o comentário anterior uma vez que a festa que se vê nas primeiras imagens é de um bailarico efectuado à guisa de pré-inauguração da praça do mercado de fruta e peixe. Quanto às restantes imagens fazem parte de um trabalho muito maior que o meu Pai realizou ao longo de dez anos filmando a evolução da faina da pesca e, sobretudo, do assoreamento progressivo do então chamado portinho do meio, hoje doca que é alvo de obras por parte do Município. O filme assim obtido foi posteriormente montado e tem a duração aproximada de 12 minutos e relata visualmente os trabalhos de calafetagem, pintura das embarcações, bota-abaixo e descarga de peixe. Existe cópia desse filme em DVD, sendo que o original foi oferecido pelos herdeiros à Cinemateca Nacional. O Museu de Peniche tem uma cópia. O excerto agora apresentado foi utilizado por mim em acções de campanha aquando das eleições autárquicas de 2005.
Um abraço e votos de Santo Natal e Feliz Ano Novo.
Francisco Manuel Salvador
At 22/12/10 09:58, Anónimo disse...: Continuação ...

Já agora, algumas curiosidades reveladas no filme:
Bailarico animado pelo grupo «Os Lusíadas» composto pelos José Carriço, Francisco Malheiros, Norberto Mota, Delmiro Silva, Mariano Vicente e José Madeira Campos, utilizando instrumentos da então já extinta Filarmónica Penichense.
Entre os presentes reconheço, entre outros, o sr. Proença (da Farmácia) o João Conceição Bello (Pai do Prof. Nuno).
Cenas de pesca: ao minuto 1.32 do filme está registado um acidente (felizmente sem consequências graves) pois um pescador cai da lancha que tentava entrar no mar e a embarcação passa-lhe por cima. Registo impressionante e que revela bem os perigos e dificuldades sentidas pelos pescadores na sua faina diária.
Mais uma vez, um Abraço Amigo.
Francisco Salvador
At 22/12/10 10:50, jp disse...: Bom dia e muito obrigado pelos esclarecimentos.
Quanto mais esgaravato nas memórias penicheiras, mais me convenço da existência dum importante e interessante património documental que carecia de ser mais acarinhado, preservado e difundido sem o que, a essência do penicheirismo que por aqui tento defender, corre o risco de se diluir, inexoravelmente.
Arrisco-me a sugerir que uma boa prenda de natal para Peniche, seria a colocação no YouTube da tal versão integral deste filme.
Boas Festas e Bom 2011
At 22/12/10 12:06, pb disse...: Assino por baixo do JP.
De ser fascinante essa versão integral!
Abraços natalícios.
At 24/12/10 00:26, Manuel Leonardo disse...: Peco lhe desculpa Sr. Francisco Manuel Salvador mas o Sr. nao tem que emendar nada agora _ poderia se quizesse emendar num caso que corrompe ha mais de 23 anos as muralhas da nossa Cidade _ o que eu comentei foi um excerto de um comentario que vinha inserido no mesmo pacote de video com o trabalho que o meu Dignissimo Amigo Francisco de Jesus Salvador deixou para a posteridade e que tinha como titulo , Peniche antigamente e que foi na epoca uma propaganda do Estado Novo e editada pelo proprio Governo. Para os mais desprecavidos informo que de facto esse bonito comentario foi apresentado no inicio com as imagens da Vila da Povoa de Varzim e a estatua do Cego do Maio que como eu frizei , fui um dos pescadores de Peniche convidado conjuntamente com o meu camarada Antonio da Lileana e nossas respectivas Mulheres a estarmos presentes nessa tao bonita cerimonia .
Ainda mais acrescento que as imagens descritas como de Peniche sao as imagens respectivas da Atouguia da Baleia , coisas que sucediam a muita boa gente ,eu tambem tenho alguns filmes de 7 mm filmados por mim e sei muito bem como se podia truncar cenas que nao ficavam na sequencia certa .
Muito trabalho e pouco saber meu nao podiam ficarem melhor .
Com e natural eu nao podia de deixar de confirmar que nada que eu disse estava errado.
Festas Felizes
Manuel Joaquim Leonardo
At 28/12/10 19:28, Rui Granada disse...: Filme apenas visível no local onde foi alojado.
http://www.youtube.com/watch?v=73kcfbBqyUA
Rui Granada

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Origem da expressão Amigos de Peniche: A expressão regist[r]ada no Dicionário das Origens das Frases Feitas, de Orlando Neves, vem no plural, embora o uso tenha consagrado o singular, também, como vem abonado no Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa (que dá amigo de Peniche = amigo da onça, «falso amigo, amigo interesseiro, hipócrita, interesseiro»). Quanto à origem da expressão, transcreve-se de seguida o que refere Orlando Neves: «A "amigos" traiçoeiros, falsos ou hipócritas se costuma chamar “amigos de Peniche". Afinal, nem Peniche nem os seus naturais têm que ver com essa ideia de falsidade. Mariano Calado, no livro Peniche na História e na Lenda, esclarece completamente o caso: "Tendo D. Henrique morrido sem deixar descendência, surgiram, naturalmente, como pretendentes ao trono de Portugal, três netos de D. Manuel: Filipe II, rei de Espanha, D. Catarina de Bragança e D. António, Prior do Crato. Era ao primeiro aquele a quem a força dava mais direitos, demais coadjuvado pela perfídia que, ao tempo, grassava na corte portuguesa; e um exército espanhol, comandado pelo Duque de Alba, invadiu o Alentejo, tendo Filipe sido proclamado rei de Portugal. Não o reconheceu, todavia, D. António que, mercê de mil e uma habilidades diplomáticas, conseguiu que Isabel Tudor, rainha de Inglaterra, pusesse à sua disposição uma armada de cerca de 20 000 homens e 'cento e setenta navios grandes e pequenos' para, com ela, reivindicar os seus direitos; e, a 26 de Maio de 1589, os penichenses viram desembarcar, na sua praia do sul, parte dos soldados desse exército, comandados pelo general John Norris. Depois de uma leve escaramuça com a guarnição da Fortaleza – a que não faltaria, sem dúvida, a indiferença dos poucos portugueses às ordens do oficial castelhano D. Pedro de Gusmão, e que suporiam, talvez, que com a chegada dos bretões seria possível a expulsão do invasor filipino –, a praça foi tomada e o exército inglês caminhou sobre a capital, ao mesmo tempo que, sob o comando do almirante Francis Drake, a esquadra que o desembarcara em Peniche rumava a caminho de Cascais. Entretanto, entre o receio de uns e a alegria de outros, chegava a Lisboa a nova do desembarque de D. António, passando entre os seus partidários, a segredar-se, num anseio de esperança: 'Vêm aí os nossos amigos… Vêm aí os nossos amigos que desembarcaram em Peniche…' Mas o exército invasor, e sem que o Prior do Crato tivesse a força suficiente para o evitar, avançava na maior das indisciplinas, devastando e roubando as terras por onde passava – Atouguia, Lourinhã, Torres Vedras, Loures… –, até que, tendo chegado às portas da cidade, acampou nos altos do Monte Olivete onde, pouco depois, os canhões do castelo de S. Jorge, por ordem de D. Gabriel Niño, começaram a despejar metralha. Grande foi a surpresa de John Norris em face desse bombardeamento, pois D. António, para conseguir o indispensável auxílio do exército inglês, teria provavelmente garantido não haver necessidade de combater, visto que seria festivamente recebido em Portugal. E o acampamento foi mudado para a Boa Vista e Bairro Alto, de onde, após um breve recontro com os castelhanos, retirou de novo, desta vez para Esperança. Dentro das muralhas e durante todas estas manobras, a ansiedade patriótica dos 'antonistas' continuava, segredando a ocultas: 'Será hoje que chegam os nosso amigos?… Virão os nossos amigos de Peniche?…' D. António bem deve ter insistido e procurado dar novas garantias, mas aquele exército composto de mercenários não poderia sentir o patriotismo e a dor do infeliz e desorientado pretendente; e assim, dias depois e em face do desespero do Prior do Crato, refugiava-se ingloriamente em Cascais, na mesma esquadra que o trouxera de Inglaterra e desembarcara em Peniche. '– Porque não entram os nossos amigos?… Porque nos abandonam os nossos amigos de Peniche?…' E foram baldadas todas as ingénuas esperanças dos partidários de D. António, pois o auxílio que a este tinha sido oferecido teria, por certo, menos o interesse de participar generosamente na reconquista da independência de Portugal que humilhar o orgulho e poderio de Espanha através de um golpe de surpresa, aliás coadjuvado pela suposta fácil sublevação do povo português, cansado de extorsões e ignomínias. Por muito tempo ficou aberta no coração dos 'antonistas', como ferida dolorosa, a desilusão dos amigos desembarcados em Peniche, daqueles amigos que esperavam receber como libertadores e que afinal os tinham abandonado. Mas os homens desembarcados em Peniche, e que traíram as esperanças dos bons portugueses de então, não eram de cá e partiram como vieram, não ficaram em Portugal…"»

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