O darwinismo profissional
Se por um lado uma desenfreada liberalização do vínculo laboral coloca na mão do patronato um trunfo que pode frequentemente descambar em prepotência e irresponsabilidade social, por outro, as excessivas medidas proteccionistas dão azo a abusivas acomodações improdutivas, que todos apontam e criticam, mas que, inconsequentemente, se eternizam.
Deste imbróglio sai-se com uma terceira via que daqui faculto ainda a tempo de ser repescada por uma qualquer força política em campanha.
Trata-se de algo a que chamarei validação pelos pares. Perante uma intenção de despedimento por parte da entidade patronal, tal seria liberalizado nos casos em que essa medida fosse validada por uma percentagem significativa dos colegas do trabalhador em causa.
Este processo permitiria travar os despedimentos que resultassem de mera imposição patronal e viabilizar os casos de trabalhadores que flagrantemente, e até descaradamente, se mantém improdutivos para total desagrado dos seus pares.
Estou certo que todos os que lêem este texto conhecem um desses irritantes casos que se anseia punir, mas que a cega lei vai defendendo.
Não sei se esta sugestão me coloca na esquerda ou na direita, mas sei que é mais justa qualquer dessas laterais alternativas e muito contribui para a evolução da espécie.