Na primeira leitura dos comentários do post precedente, cataloguei-os como mais umas alfinetadas que, a reboque de alguns posts, por aqui se desferem contra um ou outro quadrante político, como é apanágio dum blogue que se quer independente.
Mas em tempo de contenção e poupança, parece-me que os ditos serão melhor aproveitados e reciclados enquanto reflexão sobre o formato de atuação dos autarcas na procura da concretização das aspirações locais.
Deverão lutar na praça pública, frontalmente, com base em argumentos claros, diretos, que têm por demais válidos no contexto nacional ou, por outro lado, será preferível a via de obscuras assembleias e recatados bastidores, nos limites da legalidade, onde se cozinham e influenciam decisões de supremacia local, com total desrespeito pelo concertado interesse do país?
Estará a maior eficácia da segunda via (veja-se Madeira, Oeiras, Gondomar, Felgueiras e muitos outros), na origem dum desorientado e financeiramente desastroso crescimento do país, no seu todo, nas últimas décadas? Ou será ponto assente que a procura do bem-estar local de votantes munícipes não se compadece de um distante e famigerado interesse nacional?
Assim, enquanto nos preocupamos com punhaladas, não se sentem tanto os alfinetes!
Jacques-Louis David, A morte de Marat