Direito à informação
Quando no fim de 2006 foi divulgado a lista das urgências a encerrar, congratulei-me com a ausência da Urgência do Hospital de Peniche.No que respeita ao Distrito de Leiria, pareceu-me que o critério tinha sido uniforme.
Mantinham-se duas urgências com valência Médico-Cirúrgica (SUMC) em Caldas da Rainha e Leiria, e três urgências básicas (SUB) de menor dimensão, em Peniche, Alcobaça e Pombal.
Estas três últimas cidades têm dimensão semelhante, e o acréscimo de risco industrial de Alcobaça e Pombal (critério considerado), é compensado em Peniche pelo risco inerente às pescas. Também a distância de cada uma delas ao SUMC mais próximo é em tudo semelhante.
A maior diferença talvez seja o maior acréscimo populacional resultante da mobilidade sazonal no caso de Peniche, critério também tido em consideração.
Entretanto já li o novo relatório da Comissão Técnica de Apoio ao Processo de Requalificação das Urgências.
Mantêm-se Alcobaça e Pombal e fecha Peniche.
Fiquei assim curioso por saber as novas razões que levaram a acrescentar Peniche à lista inicial de urgências a encerrar, e por isso li também a tomada de posição do Ministério da Saúde sobre este relatório.
Algo me chamou a atenção neste último documento.
Mais concretamente este parágrafo:
"O Processo foi intensamente participado desde a apresentação da primeira versão da proposta, em Setembro de 2006, tendo sido objecto de apreciação por um número elevado de Autarquias, Instituições, Partidos Políticos e Cidadãos."
Foi portanto desta apreciação que resultou a alteração do estudo inicial, e se passou a considerar o fecho das urgências de Peniche.
São nestes quatro domínios, Autarquias, Instituições, Partidos Políticos e Cidadãos, que se geraram as opiniões e os pareceres que levaram a comissão técnica a mudar de ideias, e a contemplar o encerramento das Urgências em Peniche.
É essa informação que nós penicheiros temos o direito e exigimos conhecer.
jp às 14:41
4 contributos
Ainda hoje foi possível ouvir alguém dizer em Peniche qualquer coisa do género: "É bom que encerrem as urgências porque os médicos não prestam!" Portanto, com comentários destes (espero que sejam uma minoria) não vamos longe! Quando as pessoas começarem a ter de ir para as Caldas e Torres e esperarem horas nas urgências talvez se lembrem das de Peniche.
Até no Centro de Saúde são frequentes os comentários do género do que foi feito em relação às urgências. Já me aconteceu ouvir de mais do que um médico (não tenho médico de família e, por isso, tenho de ir ao do recurso) dizer que estão fartos de Peniche devido às atitudes dos utentes.
Desejo que as urgências não sejam encerradas e espero que se lute também para que haja mais médicos de família e outros recursos no Hospital.
P.S. Desculpem o desabafo mas não me contive.
Caro JP,
O relatório foi "intensamente participado"? Será que percebi correctamente? Diz-se que o processo de preparação do referido relatório da comissão que propõe o encerramento da urgência de Peniche foi participado por "Autarquias, Instituições, Partidos Políticos e Cidadãos"? Das duas uma: Ou estamos perante um equívoco, o que terá que ser rapidamente esclarecido como espera o Presidente da Câmara, ou, caso contrário, estamos perante uma flagrante e grosseira mentira. Neste caso, aliás, o referido relatório, pelo facto enunciado, que é aliás do conhecimento público (Câmara e munícipes, todos fomos apanhados de surpresa não se vislumbrando aqui qualquer participação pública no dito relatório...), fere de morte o processo decisório. Haja saúde.
http://sic.sapo.pt/online/noticias/pais/20070203+Reestruturacao+das+urgencias.htm
Embora ninguém o assuma, é brilhante esta solução encontrada para "deslocalizar" o acampamento cigano de Peniche para as Caldas ou Torres Vedras. E se há bons terrenos disponíveis junto aos hospitais destas duas cidades!