terça-feira, abril 10, 2007

Maré de Poesia (IV)

foto de xf
OCEANO NOX

Junto do mar, que erguia gravemente
A trágica voz rouca, enquanto o vento
Passava como o voo dum pensamento
Que busca e hesita, inquieto e intermitente,

Junto do mar sentei-me tristemente,
Olhando o céu pesado e nevoento,
E interroguei, cismando, esse lamento
Que saía das coisas, vagamente...

Que inquieto desejo vos tortura,
Seres elementares, força obscura?
Em volta de que ideia gravitais?

Mas na imensa extensão, onde se esconde
O Inconsciente imortal, só me responde
Um bramido, um queixume, e nada mais...

Antero de Quental

1 contributos:

At 10/4/07 12:11, Anonymous Anónimo disse...

Maré alta! Muitos parabéns por esta nova iniciativa, pelo seu carácter promotor da língua portuguesa. Abraço

 

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