Fiscalização marginal
A zona da estrada marginal sul em Peniche, possui uma das mais deslumbrantes paisagens da costa portuguesa.
Contudo, é cada vez maior o número de casinhas, casebres, casinhotos, barracas, anexos e quejandos que por lá vão proliferando, entre a estrada e a falésia.
Apesar de algum cuidado na camuflagem, para quem passa mais próximo é notório um aumento significativo desta clandestinidade urbanística, idêntica à que grassa em muitas outras zonas da cidade e que tanto se tarda em conter.
Mais do que resolver problemas, a boa gestão autárquica é aquela que os evita...
Mais do que resolver problemas, a boa gestão autárquica é aquela que os evita...
Mais grave do que a clandestinidade urbanistica, nesta e noutras zonas da cidade é o facto de misturados com as "casinhas, casebres e casinhotos" viverem em condições miseráveis pessoas, familias, gente de carne e osso, num profundo e completo ostracismo, votadas ao abandono. 33 anos após o 25 de Abril há ainda um longo caminho a percorrer na solidariedade e no respeito pela dignidade humana. Todos os quadrantes politicos que pelo poder local passaram nenhum conseguiu por cobro a estas situações de miséria endémica. Que vergonha para Peniche, para o seu Presidente como responsável maximo pelos designios da cidade e para todos nós que permanecemos como no refrão da canção "confortavelmente insensiveis".
Discordo com a insensibilidade e lembro que o actual executivo já deu alguns passos no sentido de atenuar o flagelo a que faz referência.
Veja-se por exemplo este artigo:
"http://www.oesteonline.pt/noticias/noticia.asp?nid=15203" e todos os comentários anexos onde tive oportunidade de discutir a minha opinião nesta matéria.
A vertente que defende, duma Câmara Municipal, estilo Santa Casa da Misericórdia, a dar casa aos pobres, comida aos famintos, medicamentos aos doentes, não tem cabimento nos dias de hoje por muito altruísta que nos possa parecer a ideia.
Por tudo isto, resta a Peniche tentar conseguir financiamentos para Habitação social e simultaneamente criar uma política social, que torne esse recurso como uma medida o mais provisória possível.
Já no domínio dos "casinhas, casebres e casinhotos", em que muitos deles nem são de população carenciada, aí sim já concordo que se nota alguma insensibilidade estética que muito ofende a imagem de Peniche.
Sendo que a área ilustrada pelas fotografias fica compreendida entre a Marginal Sul e a costa, e estando esta área abrangida pelo Plado de Ordenamento da Orla Costeira (plantas disposníveis em pdf no site www.inag.pt), gostaria de colocar apenas uma questão: poderá a Câmara Municipal assumir uma posição perante esta "clandestinidade urbanística" ou terá de ser a edilidade estatal a intervir?