Dois anos em sondagem
Cumpre-se hoje dois anos sobre a tomada de posse do actual executivo camarário à frente dos destinos de Peniche.Parece-me por isso oportuno sondar os visitantes deste blogue sobre a avaliação que fazem desta primeira metade do mandato.
Pretendo com isto abrir a caixa de comentários a críticas, sugestões, elogios e desalentos, que complementem a votação que irei abrir na sidebar do blogue. A intenção é fomentar a crítica construtiva, baseada nos factos e acções inerentes ao mandato e às obras realizadas, pelo que dispensarei toda a trica política, a insinuação comezinha e a ignomínia personalizada. Serei ainda eliminador implacável de achincalhamentos, impropérios e blasfémias.
Declaro assim aberta a votação aos verdadeiros Amigos de Peniche.
jp às 18:48
14 contributos
festa, festa e somente festa!!!
Creio que será público que apoiei e votei no actual elenco camarário maioritário da CDU/PCP – eu pelo menos não o escondi ou não teria aparecido naqueles “filmezinhos” de incentivo à candidatura num site denominado ”Amar Peniche". Até ao momento, estou convicto que fiz bem em apoiar esta maioria, pelo menos até que me sinta defraudado ou simplesmente desiludido face às expectativas que depositei nesta equipa.
Também me parece que independentemente de algumas críticas localizadas ao acervo de eventos a que este executivo surge associado, o facto é que não existiam alternativas, à data da eleição tal como agora. Parece-me até que este rol de críticas acerca daquilo a que têm convencionado designar por um clima de “festa” só se faz notar – e note-se que não comungo dessa opinião – face a um imenso vazio de acontecimentos nos mandatos que antecedem, tanto quanto a minha memória me permite recuar no tempo. Imagino que irão dizer que já existiam a Corrida das Fogueiras, os Sabores do Mar e outros (pontuais) eventos que conquistaram alguma consistência. Ora parece-me que do ponto de vista da dinamização que se pretende para uma terra voltada para o turismo (e não apenas para o turismo sazonal) eram manifestamente insuficientes. De resto, também no passado já tivemos uma Feira do Mar, que desapareceu dando lugar a um evento semelhante hoje em dia em Aveiro, e um conjunto de festivais de verão juvenis que igualmente desapareceram sem ter criado raízes. O importante, além de dinamizar iniciativas, é sobretudo torná-las um meio de promoção da terra, ano após ano, dando azo a que verdadeiramente se tornem um cartaz do concelho.
Mais importante do que a matéria da organização e gestão de eventos, creio tratar-se a questão de sabermos se efectivamente os grandes projectos que no passado discutimos até à exaustão agora têm verdadeiramente pernas para andar. Aqui é que um executivo pode e deve marcar a diferença. Aqui é que faz sentido que estejamos atentos, mais holofote menos holofote.
Aguardo, impacientemente, notícias acerca da recuperação e valorização do Fosso da Muralha, da Marina de Recreio (naturalmente que de natureza urbana, eventualmente estreitamente ligada ao Fosso da Muralha, e com uma componente imobiliária de grande qualidade apta a vivificar aquilo que é hoje área meramente industrial frente ao porto de pesca, portanto em pleno centro da cidade), Fortaleza e Forte de S. João Baptista que espero seja incluído na mesma linha de recuperação patrimonial ainda que com um projecto de exploração específico).
Como o tempo escasseia, pois dois anos passam num instante, espero poder voltar a votar com o mesmo sentido daqui por essa altura. E naturalmente que isto é apenas um alerta à navegação.
Faço votos de bom trabalho, como tem sido minha prática, a bem de Peniche e da sua população.
A Marina sugerida pelo Sr Bernardo Costa, era construída por quem? Pela Câmara? Não me parece, não tem dinheiro para isso. Pelo Estado? Através do Orçamento de Estado? Também não me parece. Não vejo o Orçamento de Estado servir para construir Marinas.Por outro lado, o local em causa é extremamente condicionado no aproveitamento do Fosso, logo pela ponte rodoviária.Por outro lado, ainda, a zona dita industrial junto ao fosso, está praticamente toda ocupada, portanto teria que ser em substituição do que lá existe. Significava demolir o que lá está, para dar lugar ao que chama componente imobiliária de grande qualidade.
Mas aquilo que na realidade propôe, do ponto de vista conceptual, chama-se porto naútico e não Marina. È uma diferença substancial.
Peniche precisa de realizar projectos de forma imediata, para dar corpo ao desenvolvimento que precisa.
O que Bernardo Costa, propoe (devido que seja o "pai" da ideia) não é um projecto para este tempo, mas concerteza para o próximo século.
Com a CDU e com estes seus pensadores vamos longe vamos.
Uma avaliação cabal do desempenho do actual executivo camarário nestes dois anos carece de um rol de informações de que não disponho na íntegra.
Serei por isso sintético e assumidamente redutor na minha crítica.
Tentarei, também aqui, fazer uma avaliação isenta, seleccionando para isso 3 pontos pela positiva e outros tantos negativos.
De positivo:
-O grande incremento do número de iniciativas culturais, artísticas, desportivas, mais ou menos mediatizadas, mas que, não restam dúvidas, fazem mexer Peniche. Tenho para mim que muitos dos que agora acusam o excesso de “Festa” são os mesmos que antes criticavam o marasmo.
-A preocupação com o Planeamento a longo prazo e o rumo a adoptar para Peniche, de que são exemplo as iniciativas Magna Carta 2025 e a Convenção “Sou de Peniche”.
-O grande dinamismo imposto na resposta ao munícipe em todas as frentes e por todos os meios, fazendo-se notar uma maior proximidade e uma maior abertura para a discussão rápida e aberta dos problemas do concelho.
De negativo:
-O insucesso pedonal de Peniche. Incapacidade para cumprir zonas e ruas pedonais. Cedências ao automóvel. Inexistência duma aposta na mobilidade sustentável quer pedonal, quer com pistas para velocípedes.
-O impunidade cigana. Nenhum avanço na resolução dos problemas associados à etnia cigana. Continuação do crescimento do bairro clandestino no centro da cidade e do comércio ilegal ao lado do mercado e um pouco por toda a cidade.
Ausência de plano para a resolução destes problemas.
-Alguma monopolização e tentativa de controlo excessivo de todas as actividades, em detrimento de organizações e iniciativas de cariz popular, de que o caso “Corrida das Fogueiras” é paradigmático.
E depois disto, claro, votei na sondagem, secretamente....
"...fazendo-se notar uma maior proximidade e uma maior abertura para a discussão rápida e aberta... "
Em privado posso apresentar-lhe de que forma essa abertura é tida, nomeadamente ameaçando funcionários que com liberdade discordam de decisões e atitudes. A discussão por vezes é substituída por uma cartinha amável prometendo o despedimento a troco de silêncio. A prática é habitual nos corredores da Câmara. Os costumes do Convento, só os conhece quem lá está dentro...
Caríssimo Anónimo das 14.34,
Marinas de recreio com dinheiros públicos? Leu isso aqui? Ouviu-me defender isso nalgum lado?
Aquilo a que chama de projecto futurista, para os mais atentos, já é discutido em Peniche há mais de uma década e meia. Por este motivo, pela parte que me toca, não há mais discussão. Se as entidades públicas decidirem autorizar os privados a investir neste projecto têm o meu integral apoio e voto de confiança. Caso contrário, apresento os meus votos de sucesso aos nazarenos!
Mais de uma década depois de se ter inicado esta duiscussão e vem o Caríssimo falar de Marinas de recreio com dinheiros públicos... Não me leve a mal, mas já dei para esse peditório.
Caro anónimo das 17:24,
O seu comentário não nos esclarece e deixa no ar uma insinuação que carecia de aprofundamento.
Por um lado, nem sempre a liberdade dos funcionários lhes permite tomar publicamente todo o tipo de atitudes discordantes que ponham em causa a linha de gestão assumida pelo executivo camarário.
Por outro lado, se se tratar de uma censura interna à simples manifestação de outros ideias, parece-me condenável e deveria ser superiormente denunciado.
Mas assim de tão vago, sai gratuita a crítica.
Carissimo Bernardo Costa
Mesmo com a sua afirmação propotente (autoritária )"não há mais discussões", gostaria de lhe dizer que sendo mais velho que V. Exª, acompanho desde sempre o que se vai passando na minha terra.
Por isso, deve haver alguma confusão na sua cabeça. Sei de algumas localizações que têm sido estudadas para a Marina de Recreio e nenhuma condiz com a que menciona.
Por outro lado, eu também tenho o entendimento que uma infraestrutura como uma marina de recreio e a componente imobiliária só pode ser construída por investidores privados.
Apresente um investidor que esteja interessado na sua proposta.
Concretize a localização daquilo a que chama Marina de Recreio de natureza urbana e localize em concreto a área para o investimento imobiliário de qualidade.
Se quiser sair do seu pedestal de grande sabedor, que não aceita discutir ideias que não estejam de acordo com o que o
caríssimo pensa, talvez nessa altura eu esteja disponível para continuar a debater com V. Exa.
Digo-lhe que lamento a postura autoritária e proponente de quem não sabe discutir ideias e pensamentos diferentes.
Já arredado das caixas de comentários, no que me vim meter.
Fica a minha opinião, inicialmente subscrita, e o meu ponto final. Não estou minimamente interessado em debates com interlocutores que desconheço e que abusam de adjectivações e insinuações sob o cómodo manto do anonimato.
Fique-se na sua diferença, mas poupe-me aos seus considerandos. Tenho para mim que não nos conhecemos certamente de lado nenhum.
Sr. Bernardo Costa,
Lamento que para discutir ideias precise da identidade das pessoas.Se não tivesse identificado o seu comentário, a ideia que expressou mantinha-se ou mudaria?
É evidente que a sua reação é a "menino birrento" que não gosta de ser contrariado.
Eu goste de discutir ideias não identidades. Percebe?
Pelo meu lado, ficamos por aqui. É que eu tenho para mim que nos conhecemos muito bem.
Por respeito ao JP que foi bastante elucidativo quando referiu que dispensa a "insinuação comezinha e a ignomínia personalizada", bem como ao blogue Amigos de Peniche e seus leitores, opto por me remeter a um expressivo silêncio quanto ao teor da mensagem que antecede.
Quem me conheça saberia bem o que lhe responderia.
Em relação a exposições de cariz
cultural, sugiro uma visita à exposição "Charlot", para nos apercebermos da sua "pobreza".
Qualquer página da net sobre o "Charlot" tem mais assunto do que aquela espécie de exposição.
Pergunto: vale a pena fazer este tipo de exposições ? Ou será que vale muito mais a publicidade que se faz a publicitá-las ?
Nota:
A ideia original seria aproveitar o talento do Sr. Correia e desempenhar a função de Charlot, em virtude de dispensar qualquer ensaio. Mas, o aperfeiçoamento da práctica da actividade equestre obrigou a uma alteração de programa por se considerar esta mais defecitária. Pelo facto, apresenta-se as mais sinceras desculpas.
Aguarda-se com brevidade mais circo com muita alegria.
Os dois últimos comentários ajudam-nos a traçar o limite do razoável.
No penúltimo a crítica contudente, oportuna, incidindo nos factos e questionando-os. Perfeitamente tolerável.
No segundo aquilo a que chamei no post de "insinuação comezinha e ignomínia personalizada". Não vejo como possa ajudar ao progresso de Peniche pelo que não tenho dúvidas em rejeitá-lo.
Ficam todavia em aberto atendendo ao seu valor pedagógico...