segunda-feira, maio 24, 2010

O imbróglio da Fortaleza

Não poderia ter começado melhor ontem a Conferência "Memória: Resistência e Arquitectura", com o Professor António Borges Coelho a avançar que todo o desígnio para o local deveria garantir o usufruto da fortaleza pelos penicheiros e assumindo a sua plena confiança em qualquer projecto da autoria do Arquitecto Siza Vieira, na conservação da memória histórica do monumento.
O Arquitecto Siza Vieira também valorizou a fruição do local pelos cidadãos e confessou as suas dúvidas iniciais e as dificuldades que encontrou no desenvolver dum projecto que conciliasse o aproveitamento turístico e a preservação da memória da fortaleza.
O Presidente da Câmara Municipal de Peniche deu conta dos esforços da autarquia junto do grupo Pestana no sentido da definição dos planos para uma Pousada de Portugal no local e declarou publicamente que qualquer reabilitação da Fortaleza terá como condição obrigatória ser baseado em projecto do Arquitecto Siza Vieira.
E tudo corria em ambiente de grande sintonia...
Foi já nas intervenções finais que o Arquitecto Siza Vieira concluiu as reflexões que vinha fazendo ao longo da conferência e anunciou a sua preferência em que o seu projecto para a Pousada no local não tivesse seguimento, deixando toda a situação num tremendo e intrincado imbróglio.
Parece que o debate sobre esta temática terá continuidade na convenção “Sou de Peniche”, já em Junho próximo. Depois de alguns anos a escutar as críticas externas, as que criticam que nada se faz alternando com as de que nada se deve fazer, talvez estivesse na altura de perguntar aos penicheiros o que desejam para o local. E actuar em conformidade....
Moderação pouco isenta e nada discreta do jornalista Carlos Magno.
(Foto de Vítor Ribeiro)

2 contributos:

At 25/5/10 17:16, Anonymous Anónimo disse...

Pelo que sei, tratou-se de mais uma viagem para cumprir calendário da feira das vaidades desta terra. Em que as 2 personagens penicheiras que mais podiam enriquecer esse debate limitaram-se a puxar para si o protagonismo no processo.
O resto, que eles sabem (e sabem tanto) ficou para alimentar os seus discipulos.
É pena que este assunto ande a ser tão mentido aos penicheiros interessados. São poucos, é certo, mas têm o direito a saber a verdade mais cruel deste caso:
- não há promotor privado, não há dinheiro. Logo não haverá mais do que agora.
Fica, então, o santuário urapiano.

 
At 26/5/10 10:54, Blogger Bento Gonçalves disse...

E as chamadas "forças vivas" de Peniche, onde andam?
Onde andam os empresários e os empreendedores da terra?
Será que se fossem proprietários dos terrenos da Fortaleza, já teriam vindo a terreiro exigir que as coisas se mexessem?
Não deixa de ser curioso que o tecido empresarial de Peniche apenas se manifeste para apoiar projectos que involvam requalificações de terrenos, lucro rápido para alguns e exploração para os de sempre.

Salvem-nos destes "Patos-Bravos" e seremos salvos!

 

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