Extra-pacotilha
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Sendo consumidor assíduo deste tipo de propostas da edilidade, já esbarrei várias vezes com os pré-fabricados culturais, banais e previsíveis, a que o citado artigo faz referência. Por outro lado, também já me delonguei em eventos originais, cativantes e conseguidos, de que relembro as exposições “Peniche, as Chaves do Reino”, “ S. Pedro de Alcântara”, “Berlengas”, entre outras.
Voltando à colecção de “Arte Moderna”, durante os 30 minutos que durou a minha (sempre solitária!) visita, encontrei uma exposição com trabalhos de grande interesse, digna, adequadamente ecléctica, onde Peniche se projecta nos autores e nos temas, naquela que é uma mostra dum acervo mais vasto de que o município é proprietário.
Por outras paragens já tenho “consumido” colecções permanentes muito inferiores, mas que dotadas duma outra visibilidade e dignidade de espaço, se parecem muito mais cotadas.
Terminada a visita, vejo-me a reflectir como pode uma tão vasta colecção de obras doadas a um município ser cativada e remetida a eventuais exposições temporárias...
Ondas Brancas, Vieira Delgado 1993, Colecção de Arte Moderna da C.M. de Peniche