sexta-feira, abril 01, 2011

Esse falaz pestanejar...

A zona da Fortaleza de Peniche com toda a sua conturbada história, magnífico enquadramento e variada construção, é uma das mais importantes mais-valias da cidade. Tem um valor intrínseco e afectivo para os penicheiros que ultrapassa em muito a ambição de poder ver o espaço reconvertido em moderna pousada. Por isso reporto de inconveniente o tom marcadamente exclusivo com que é apresentada este novo avanço do Grupo Pestana / Pousadas de Portugal, com o beneplácito do Turismo do Oeste, no que respeita a dimensão mínima aceitável para o projecto, seguido de ameaça de abandono.
Como se não coubesse a Peniche ditar as condições para a reconversão do espaço, por mais ou menos assisadas que sejam...

4 contributos:

At 2/4/11 00:30, Anonymous RL disse...

Se não for o grupo pestana ou outro qualquer idêntico quem é que vai lá pôr os 10 milhões para restaurar a fortaleza?

Vai você Sr. Jp? O gorverno ou a autarquia?
Sabe que vai acontecer? A fortaleza vai apodrecer à moda do que está a acontecer com a da Consolação, e daqui a 10 anos está você aqui a escrever que a fortaleza daria um belo Hotel ou Pousada...

Tenho 37 anos, andei na primária nº 1, preparatória e antiga escola industrial, meu avô andou na faina da sardinha durante 48 anos e não sinto qualquer ligação afectivo, sentimental ou o que seja, tal como você fala, pela fortaleza.
Nunca lá estive ninguém da família preso, nem alguém de Peniche que eu conheça teve lá familiares presos!!

Com os retornados é o que toda a gente sabe. Mas que ligação fala você dos penichenses à fortaleza?

O Siza projectou 30 quartos apenas para aquele enorme espaço. O pestana quer 70 quartos. Não é preciso ser especialista na matéria para perceber que 30 quartos é pouco.

Deixe lá de ser o Velho do Restelo e fale mas é em educar os penichenses. Tou me a lembrar; se a pousada abrir vem turismo mas os restaurantes da avenida do mar não sabem servir, ninguém fala inglês, vendem tainha por robalo...

Prepare-se o povo para o turismo e a terra também...

 
At 2/4/11 11:30, Anonymous Anónimo disse...

É melhor que se faça alguma coisa antes que a Fortaleza comece a cair aos bocados. Já estou como o outro: Construam-me Porra!

 
At 4/4/11 07:27, Blogger jkimilas disse...

... e que tal convidar o stanley ho!
já imaginaram os "charters" de chineses que nos vinham visitar?

 
At 4/4/11 10:10, Blogger jp disse...

Caro RL,
Agradeço o seu contributo.

Folgo em ver que Peniche tem adeptos incondicionais da reconversão da Fortaleza em Pousada, qualquer que seja a dimensão do projecto e o corresponde surripiar de espaço ao domínio público penicheiro.

Tal será útil para contrapor ao grupo de pessoas que defende que a Fortaleza é intocável, com o argumento dum importante passado recente, que se esquecem de diluir em séculos de história.

Eu defendo uma posição intermédia. Sou favorável ao projecto Pousada mas não a todo a custo, nem aceito que seja o grupo Pestana a impor todas as condições, chantageando logo à cabeça com um eventual abandono.
Entre a vertente artística dos 30 quartos, e a vertente economicista dos 70, haverá um meio termo que permitirá defender a viabilidade do projecto e salvaguardar a dimensão arquitectónica de toda aquela zona e o usufruto dos espaços limítrofes pelas gerações futuras de penicheiros e visitantes. É esta posição que entendo que Peniche deverá defender (e no seguimento da discussão pública que tem sido dada a este tema, admito que tal já esteja até a ser feito).

Quanto à “educação dos penichenses” a que tanta premência dá, eu que até pensava que a valorização do nosso património local poderia contribuir para esse desiderato. Mas não! Ponham-se cá uns “cámones” que saibam distinguir tainha de robalo e é a ver a população a evoluir, subindo a passos largos os degraus educativos (é uma espécie de novas oportunidades em ambiente erasmus). Mas que sei eu, que apesar de também poder dizer que “andei na primária , preparatória e antiga escola industrial, meu avô andou na faina da sardinha durante 48 anos” tenha um dúzia de anos a mais o que me coloca definitivamente na categoria de “Velho do Restelo”, sem qualquer tipo de conhecimento actual sobre pedagogia das populações.

 

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