segunda-feira, julho 30, 2007

Aula de dúvidas

No seguimento do post anterior apresso-me a registar a minha total ausência de aversões cromáticas, sejam elas vermelhas, rosas, laranjas ou afins.
Mas passo a explicar as razões da minha preocupação.
Reconheço o dinamismo que este executivo autárquico tem colocado em prol das mais variadas iniciativas tendentes a colocar Peniche no mapa. Pode-se até discutir os critérios de selecção deste ou daquele apoio, e até o maior ou menor enfoque mediático. Mas dum modo geral as inúmeras organizações têm decorrido sem falhas de maior, orquestradas pela centralizadora autarquia.
Mas não se estará a exagerar neste controlo generalizado?
Já aqui por demais debati o fim da organização pelo PAC da Corrida das Fogueiras. Vejo agora a CMP preparando-se ou predispondo-se a ter um papel mais preponderante na Organização da Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem.
Será que já nada se faz bem em Peniche sem ser comandado pela autarquia?
Será que no futuro a CMP também pretenderá organizar os Círios dos Remédios, o Torneio de Futebol Amador ou a próxima temporada da apanha de ouriços?
Não será esta postura castradora de iniciativas com organização autónoma, que não sendo muitas, tanto têm feito por Peniche?
Será que no futuro, com eventuais executivos menos centralizadores, estas organizações agora proteladas, irão retomar a sua filantrópica actividade em prol do concelho?
Talvez seja o melhor para o concelho no conjuntura presente, mas não sei se não se estará a comprometer a sustentabilidade empreendedora futura da população penicheira...

3 contributos:

At 30/7/07 11:03, Anonymous Anónimo disse...

As "grandes" iniciativas têm de ser da responsabilidade da autarquia. Quem ler as actas da câmara e estiver atento às operações que estes eventos exigem, percebe que a autarquia é que é sempre responsabilizada e tem de fazer sempre muito do "trabalho sujo" que essas iniciativas requerem. Cortes de trânsito, limpezas, disponibilização de equipas de funcionários no apoio às operações (segurança, electricistas, pedreiros, cantoneiros, carpinteiros) em muitas ainda tem de fazer a concepção dos materiais de divulgação e pagá-los. E mais os subsídios, as refeições da banda, o beberete, a bela da lembrança ou a taça e troféu. A verdade é que em Peniche nada se faz sem a câmara. Não vem mal ao mundo por isso e até faz todo o sentido que uma entidade que existe para tal, que dispõem de condições financeiras, materiais, técnicas e humanas, centralize todos os eventos e inicitivas e os realize coerentemente e de forma (tendencialmente cada vez mais) profissional. As apanhas de ouriços, os torneios de negaça e os campeonatos de virar-pedras-à-maré-vazia que são eventos que não mexem com a vinda de milhares de forasteiros, com a imagem do concelho, nem condicionam a vida de quem cá mora, são boas iniciativas das quais a câmara se pode alhear. Acho é que fica mal a qualquer câmara "deixar as coisas acontecerem." E depois quem convive com o munícipe médio sabe que não lhe importa quem nem como. Percebe que a responsabilidade é sempre da câmara quando ouve perguntas tipo: "como é que a câmara contrata o FF e o Nel Monteiro?" ou "quem é que na câmara fez aquele cartaz da festa onde quase não se consegue ler os dias da festa?"

cumprimentos,
C.H.I.

 
At 30/7/07 14:51, Blogger jp disse...

Caro C.H.I.,

Agradeço a sua participação e consistente argumentação com que, na maioria dos casos, não tenho dificuldade em concordar.
Já quanto ao balizar desta tendência centralizadora, mantenho as minhas dúvidas, não tanto pela capacidade de gestão envolvida, mas mais pela dispersão e dimensão das projectos em vias de assunção.
Veja-se por exemplo esta notícia de hoje:

"O Hospital São Pedro Telmo de Peniche pode passar para a gestão da Câmara Municipal..."

que pode ler na ínegra aqui:
http://www.rcl99.fm/noticia.php?id=4283

Cumprimentos,
jp

 
At 30/7/07 14:53, Blogger jp disse...

ler na íntegra queria eu dizer...

 

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