A Festa do Decibel
O barulho da rua entra em casa, 1911, Umberto Boccioni
Nos últimos tempos muito se tem questionado sobre a localização da Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem. As localizações de Campo da Torre e Peniche de Cima, nas versões só Festa e Festa+Feira congregam os seus apoiantes, com iniciativas mais ou menos politizadas, mais ou menos populares. Até há algures blogues a fazerem sondagens sobre o tema. Nesta disputa, um dos motivos de maior peso invocado por moradores é o excessivo barulho provocado pelo evento.
E convenha-se que têm toda a razão!!
E convenha-se que têm toda a razão!!
São músicas em grande alarido, trepidantes, com graves no máximo. São gritos lancinantes de vendedores avulso. São chinfrineiras, sirenes, apitos e uma panóplia de ruídos que se ouvem um pouco por toda a cidade, para já até às 24, mas com tendência a alargar horário.
Será que o conceito de diversão é totalmente indissociável deste sado-masoquismo de tímpano?
Será que o conceito de diversão é totalmente indissociável deste sado-masoquismo de tímpano?
Proponho para 2008 uma Festa com muito brilho, muita luz e muita animação, mas que originalmente se faça com total proibição de ruído.
Nestas condições, e se os penicheiros não se entenderem quanto à sua localização, até pode ser no meu quintal...
Ontem fui à feira. Entrei pelo lado norte e tive de tapar os ouvidos devido à barulheira ensurdecedora. Claro que durante uns metros não pude falar com quem me acompanhava, pois era completamente impossível.
Depois de deambular pelos vários corredores, cheguei à zona da entrada sul e para quem quiser ouvir as reclamações dos vendedores aconselho passarem por lá.
Os vendedores queixavam-se dos valores que tinham de pagar pelo espaço ocupado; de ter sido recusada a instalação de alguns comerciantes por dizerem não ter possibilidade de pagar o valor pretendido, embora tivessem feito a proposta de outro valor um pouco mais baixo mas que não foi aceite; de haver mosquitos por todo o lado; de não haver iluminação na entrada sul e as pessoas andarem "às apalpadelas" para sairem do local, etc. Parece-me, então, que os próprios feirantes não andam nada contentes e alguns disseram que, se continuar assim, não voltam a Peniche. Limito-me aqui a reproduzir algumas das críticas que ouvi e que, com certeza, qualquer um poderá escutar. Não percebo nada dos critérios adoptados para a disposição dos feirantes e valores exigidos mas lá que não estão satisfeitos é uma verdade!
Quanto ao regresso ao Campo da Torre, acho que depois da intervenção feita será complicado. Se as pessoas se queixam do barulho vão tolerar novamente a sua presença?
Tenho ouvido alguns comentários de quem também não entende como é que se vai associar a festividade religiosa, a feira, os entertenimentos e o fogo de artifício em espaços separados. As pessoas terão de andar de um lado para o outro? Situação complicada para a qual se terá de arranjar solução!
Se alguns feirantes estão descontentes com as condições e para o ano já não voltam... ainda bem! Para feiras já nós temos todos os dias junto ao Minipreço e em frente ao Mercado Municipal.
Somos um povo mesmo pequenino. E em Peniche duplamente. Digo-o com infelicidade. Não sei sé é da nossa quase insularidade, se do isolamento das muralhas ou por sermos feitos de retalhos de gente de tantos sítios diferentes. Parece que não há desemprego em Peniche, não há droga nem exclusão social, assaltos e facadas na noite, cães à solta e gangs a despontar, baixa qualificação e abandono escolar, bairros sociais e um núcleo histórico a cair. Não!
A festa é que nos move. E preocupa-nos o bem-estar dos feirantes. Esses beneméritos que ao longo de tantos e tantos anos tanto e tão bem têm feito por todos nós. Que Deus os conserve e multiplique. Inclusivé diariamente à porta do mercado.
Aproveito os temas lançados pelo anónimo para me pronunciar aqui em relação a cada um deles, embora já o tenha feito em diversos sitios.
Quanto ao desemprego é uma realidade e daí a necessidade de se atrairem investimentos, coisa que não se tem visto nos últimos tempos. Aliás, até se têm recusado alguns! Quanto á droga e exclusão social é uma realidade e será necessário criarem-se formas de os combater, nomeadamente apoio sócio-económico, psicológico e médico. Há necessidade de atrair estas pessoas para um processo de cura e segui-los permanentemente. Quanto aos assaltos é mais uma realidade que,infelizmente, se está a generalizar no país. As autoridades têm de estar atentas, investir na prevenção e combate. Há uns tempos, ouvi um comerciante assaltado dizer que as autoridades foram chamadas ainda decorria o assalto e não compareceram no local nem tentaram bloquear a saída dos assaltantes já que Peniche é uma península e eles fugiram por via terrestre.
Quanto aos cães à solta, este assunto já foi abordado, por diversas vezes, noutros sítios. É um problema grave a nível de segurança e saúde. Uma cidade turística não deve ter a porcaria canina espalhada pelas ruas como tem acontecido. A câmara tem de apoiar a criação de canis (não me refiro a canis de abate), desenvolver acções de adopção e responsabilizar os donos dos animais. Estou-me a lembrar do caso de Beja em que foi adquirido um motociclo destinado a limpar esses vestígios.
Quanto aos gangs não me posso pronunciar porque desconheço mas como já referi antes, a criminalidade está a aumentar, é preciso saber as suas causas (desemprego, droga, imigração ilegal...) e combatê-las.
Quanto à baixa qualificação e abandono escolar, foram criados e estão a ser criados cursos de cariz profissional em que há parcerias com as empresas locais. Estes cursos funcionam na Escola Secundária. Infelizmente, há alunos que não os sabem aproveitar devidamente. Também é preciso referir que na mesma Escola funciona o sistema da validação de competências que será alargado até ao 12º Ano e há ainda a possibilidade de maiores de 23 anos, com 3 anos de trabalho se candidatarem ao Superior. Há casos de pessoas nesta situação que já estão na Escola Superior de Tecnologias de Mar.
Quanto aos bairros sociais e à degradação urbanistíca é também uma realidade que precisa de ser combatida. Penso que, em épocas anteriores, tal como noutros locais não havia grande preocupação a esse nível e cometeram-se verdadeiros atentados urbanísticos. Peniche precisa de uma intervenção rápida na zona do acampamento cigano, no Bairro do Calvário e outros. Noto que as pessoas, se isso lhes for permitido, continuam a cometer atentados do género como pintar os prédios de cores diferentes, acrescentando pormenores "kitch", degradando os espaços. Há muito a fazer a nível de formação e necessidade de responsabilização. Todos sabemos que o português não gosta que lhe vão ao bolso.
Um outro aspecto que considero importante é ver quem efectivamente precisa de ajuda e deve ter direito a habitação social. Tem de se fazer um levantamento da situação económica das pessoas, pois todos sabemos que há casos que suscitam dúvidas.
A falta de participação civica nos assuntos autárquicos, quanto a mim, tem a ver com a baixa escolaridade das pessoas mas também um desinteresse generalizado que atravessa todo o país. Cabe a todos nós sermos cidadãos e munícipes interventivos.
deixo aqui uma sugestão, não tendo nada a ver com o tema em discussão, e peço desde já desculpa pelo facto. já repararam na escandaleira que é no baleal sul (bandeira azul) ter sido concedida licença de utilização a um bar parfa lá alugar motas de água, barcos e afins... é lindo quando se está a tomar banho e vem aquele aroma a combustivel e a agua cheia de manchas de oleo... é muito giro. Enfim. Desculpem o desabafo e 1 gde abraço a todos os amigos de peniche !
muito obrigada
o que tu queres sei eu!!!!!!!!!
sou o binladen e vivo no iraque