Este paliativo Peniche...
Completamente indignado depois de ler este artigo de Rogério Correia, no Jornal das Caldas online:
"Lembram-se que o argumento utilizado para a transformação da Cirurgia de Peniche em Cuidados Continuados era de que os hospitais pequenos, desta dimensão, não podiam sobreviver como hospitais?
Pois bem, o Hospital de Peniche tinha 53 camas, 30 das quais de internamento para a Cirurgia, 23 anos, um bloco operatório muito bom em instalações, que eram modernas e seguras, era apoiada por um laboratório dentro do hospital, que se encontram encerradas há 14 meses.
A Srª Ministra da Saúde acaba de anunciar a construção de um novo hospitalzinho de 60 camas para Alcobaça, com as mesmas valências, provavelmente irá ficar com 30 camas para Cirurgia e 30 para Medicina! E provavelmente irá ter laboratório a apoiá-lo, já que actualmente o hospital de Alcobaça tem o apoio de um laboratório privado, em frente.
O argumento utilizado para Peniche já não serve para Alcobaça, ponto final parágrafo! Ou talvez até sirva e a diferença da viabilidade esteja nas tais 7 camas e na inexistência de laboratório.
O projecto de transformação do hospital de Peniche, firmado entre a ARS-LVT e o CHON em Setembro de 2009 foi o da transformação total do Hospital de Peniche em Unidade de Cuidados Continuados e Paliativos.
A verdade tem sido dita por etapas:
1º – em Novembro/2009 foi apresentado com pompa e circunstância um projecto de transformação do Internamento da Cirurgia e Fisioterapia para internamento de Cuidados Continuados;
2º – em Março/2010 foi apresentado com pompa e circunstância igualmente, uma vez que a Ministra veio visitar o Hospital (à Cirurgia fechada, não foi), o mesmo projecto mas já com a transformação do internamento de Medicina em Cuidados Continuados e Paliativos (este pequeno pormenor passou despercebido a quase todos);
3º – A Cirurgia de Peniche foi encerrada abruptamente em Julho de 2009 porque as obras iriam começar em Setembro (não disseram de qual o ano); entretanto, em 14 meses reabriram o buraco para um 2º elevador;
4º – A Cirurgia de Ambulatório foi deslocalizada para o hospital de Alcobaça, (pese os seus 120, e apesar de ter instalações fisicamente inseguras, é mais organizado e harmonioso do que o hospital de Caldas);
5º – Disseram sempre que o bloco operatório de Peniche não seria mexido, que seria para reabrir, (por acaso já levaram algum equipamento de lá para Caldas). O Bloco não irá reabrir porque se começou a desmantelar a Cirurgia e as instalações do Bloco não foram devidamente seladas e protegidas dos efeitos nefastos das tais prometidas obras, quando se acabar as obras o Bloco e o equipamento que eventualmente restar, estarão inoperacionais;
6º – Em Julho de 2010 foi ordenado sigilosamente à responsável dos serviços administrativos do hospital de Peniche, para que providenciasse instalações na Consulta Externa para instalação de um posto de colheita de análises e a articulação com o serviço de transportes dos produtos para o laboratório de Caldas, ou seja foi dado o 2º passo para o encerramento do laboratório do hospital de Peniche. A cidade e o denominado Serviço de Urgência Basica, ficarão com o laboratório mais próximo a 30 Km, e em caso de, por exemplo, uma suspeita de apendicite, pancreatite, hemorragia,etc, os doentes de Peniche ficarão ou à espera do próximo horário de transporte da amostra de sangue para Caldas ou irão a guinchar até à Urgência de Caldas, onde irão para o fim da fila, à espera novamente de vez de serem triados, como acontece aos enviados de Peniche e Alcobaça;
Conclusão: o Bloco Operatório não irá reabrir como já prevíamos; mas como sempre a verdade será dita aos poucos para não levantar ondas, o matar aos poucos é um estilo saudável de morte… mas penoso para quem está a ser frito;
7º – O argumento de que o laboratório de Peniche tem baixa produtividade (após o fecho da Cirurgia, assim como a Farmácia e a Radiologia, mas estes Serviços ainda não foram questionados com esse argumento) é o fundamento principal para o seu encerramento, por isso é que proibiram que os doentes de Peniche em CE em Caldas fizessem cá análises, para que não se aumentasse a produção, obrigando-os a deslocarem-se a Caldas (inclusive funcionários do hospital); apesar das denúncias feitas sobre este procedimento de má qualidade, este “estado de coisas” mantém-se. Outros argumentos usados é de que uma Unidade de Cuidados Continuados e um SUB não precisa de laboratório, basta Química Seca (que por acaso não é grátis e às vezes bem mais cara do que a Bioquímica clássica e que se for tão bem executada e supervisionada como a da Urgência de Caldas, o município de Peniche foi previdente ao ampliar o cemitério…); logo passa-se de cavalo para burro (sem desprimor para os manos burros)…
8º – Alcobaça merece na verdade um novo hospital: rejeitaram ser transformados em Cuidados Continuados, ficaram com a deslocalizada Cirurgia de Peniche, não deixaram que os seus trabalhadores fossem deslocalizados para o hospital de Caldas e ainda ganharam alguns de Peniche, merece a importância que retiraram ao de Peniche, a autarquia aliou-se aos trabalhadores do hospital, ouviu-os e acreditou neles. Parabéns merecidos para Alcobaça;
9º – Com a transformação do hospital de Peniche em unidade total de Cuidados Continuados e Paliativos, não haverá internamento de Medicina, os Internistas serão deslocalizados para Caldas (há poucos), o SUB deixará de ser supervisionado e controlado por Internistas e voltará a ser assegurado por médicos “para-quedistas” que caem vindos não se sabe de onde e sem qualquer controle e com a má qualidade de alguns de que bem nos lembramos; Será o esvaziamento total disto como hospital;
10º – Finalmente o hospital de Caldas realizará o seu velho sonho de transformar o hospital de Peniche na sua ETAR! Pode-se dizer em português suave: Peniche foi papado ETAR por ETAR, talvez seja melhor que o tal SUB drene directamente para Torres Vedras, sempre fica a meio caminho de Lisboa, e os doentes não terão de andar tantos Km de ambulância;
11º – E como tudo tem um preço, escavaca-se o hospital de Peniche (que por ironia é o que tem instalações mais novas dos 3 do CHON: 23 anos) para o transformar em unidade de cuidados continuados e paliativos, replica-se o mesmo com a construção de um novo de raiz em Alcobaça, de dimensão similar e com as mesmas valências que Peniche tinha antes da infeliz integração no CHON, que nós iremos pagar, até porque o Sr. Ministro das Finanças já anunciou subida de impostos para 2011, não para relançar a economia, mas para pagar este e outros esbanjamentos;
12º – O tal acordo, promessa ou projecto de acordo entre o município de Peniche e o anterior Ministro da Saúde foi mandado às urtigas,
Moral da história: segue-se a lei geral do país, a lei do escavaca-se num lado, constrói-se de novo num outro (neste caso com mais peso político) ou o desenrascanço nacional no seu melhor: primeiro desarruma-se, desorganiza-se, desestabiliza-se, depois logo se verá…
A menos que, demolir, remodelar, reconstruir e construir estes hospitais seja uma maneira engenhosa (mas cara) de ajudar a combater a actual crise na Construção Civil dando trabalho a trolhas, carpinteiros, empreiteiros, arquitectos, engenheiros!
Um cidadão de Peniche que não está satisfeito com esta estória."
Pois bem, o Hospital de Peniche tinha 53 camas, 30 das quais de internamento para a Cirurgia, 23 anos, um bloco operatório muito bom em instalações, que eram modernas e seguras, era apoiada por um laboratório dentro do hospital, que se encontram encerradas há 14 meses.
A Srª Ministra da Saúde acaba de anunciar a construção de um novo hospitalzinho de 60 camas para Alcobaça, com as mesmas valências, provavelmente irá ficar com 30 camas para Cirurgia e 30 para Medicina! E provavelmente irá ter laboratório a apoiá-lo, já que actualmente o hospital de Alcobaça tem o apoio de um laboratório privado, em frente.
O argumento utilizado para Peniche já não serve para Alcobaça, ponto final parágrafo! Ou talvez até sirva e a diferença da viabilidade esteja nas tais 7 camas e na inexistência de laboratório.
O projecto de transformação do hospital de Peniche, firmado entre a ARS-LVT e o CHON em Setembro de 2009 foi o da transformação total do Hospital de Peniche em Unidade de Cuidados Continuados e Paliativos.
A verdade tem sido dita por etapas:
1º – em Novembro/2009 foi apresentado com pompa e circunstância um projecto de transformação do Internamento da Cirurgia e Fisioterapia para internamento de Cuidados Continuados;
2º – em Março/2010 foi apresentado com pompa e circunstância igualmente, uma vez que a Ministra veio visitar o Hospital (à Cirurgia fechada, não foi), o mesmo projecto mas já com a transformação do internamento de Medicina em Cuidados Continuados e Paliativos (este pequeno pormenor passou despercebido a quase todos);
3º – A Cirurgia de Peniche foi encerrada abruptamente em Julho de 2009 porque as obras iriam começar em Setembro (não disseram de qual o ano); entretanto, em 14 meses reabriram o buraco para um 2º elevador;
4º – A Cirurgia de Ambulatório foi deslocalizada para o hospital de Alcobaça, (pese os seus 120, e apesar de ter instalações fisicamente inseguras, é mais organizado e harmonioso do que o hospital de Caldas);
5º – Disseram sempre que o bloco operatório de Peniche não seria mexido, que seria para reabrir, (por acaso já levaram algum equipamento de lá para Caldas). O Bloco não irá reabrir porque se começou a desmantelar a Cirurgia e as instalações do Bloco não foram devidamente seladas e protegidas dos efeitos nefastos das tais prometidas obras, quando se acabar as obras o Bloco e o equipamento que eventualmente restar, estarão inoperacionais;
6º – Em Julho de 2010 foi ordenado sigilosamente à responsável dos serviços administrativos do hospital de Peniche, para que providenciasse instalações na Consulta Externa para instalação de um posto de colheita de análises e a articulação com o serviço de transportes dos produtos para o laboratório de Caldas, ou seja foi dado o 2º passo para o encerramento do laboratório do hospital de Peniche. A cidade e o denominado Serviço de Urgência Basica, ficarão com o laboratório mais próximo a 30 Km, e em caso de, por exemplo, uma suspeita de apendicite, pancreatite, hemorragia,etc, os doentes de Peniche ficarão ou à espera do próximo horário de transporte da amostra de sangue para Caldas ou irão a guinchar até à Urgência de Caldas, onde irão para o fim da fila, à espera novamente de vez de serem triados, como acontece aos enviados de Peniche e Alcobaça;
Conclusão: o Bloco Operatório não irá reabrir como já prevíamos; mas como sempre a verdade será dita aos poucos para não levantar ondas, o matar aos poucos é um estilo saudável de morte… mas penoso para quem está a ser frito;
7º – O argumento de que o laboratório de Peniche tem baixa produtividade (após o fecho da Cirurgia, assim como a Farmácia e a Radiologia, mas estes Serviços ainda não foram questionados com esse argumento) é o fundamento principal para o seu encerramento, por isso é que proibiram que os doentes de Peniche em CE em Caldas fizessem cá análises, para que não se aumentasse a produção, obrigando-os a deslocarem-se a Caldas (inclusive funcionários do hospital); apesar das denúncias feitas sobre este procedimento de má qualidade, este “estado de coisas” mantém-se. Outros argumentos usados é de que uma Unidade de Cuidados Continuados e um SUB não precisa de laboratório, basta Química Seca (que por acaso não é grátis e às vezes bem mais cara do que a Bioquímica clássica e que se for tão bem executada e supervisionada como a da Urgência de Caldas, o município de Peniche foi previdente ao ampliar o cemitério…); logo passa-se de cavalo para burro (sem desprimor para os manos burros)…
8º – Alcobaça merece na verdade um novo hospital: rejeitaram ser transformados em Cuidados Continuados, ficaram com a deslocalizada Cirurgia de Peniche, não deixaram que os seus trabalhadores fossem deslocalizados para o hospital de Caldas e ainda ganharam alguns de Peniche, merece a importância que retiraram ao de Peniche, a autarquia aliou-se aos trabalhadores do hospital, ouviu-os e acreditou neles. Parabéns merecidos para Alcobaça;
9º – Com a transformação do hospital de Peniche em unidade total de Cuidados Continuados e Paliativos, não haverá internamento de Medicina, os Internistas serão deslocalizados para Caldas (há poucos), o SUB deixará de ser supervisionado e controlado por Internistas e voltará a ser assegurado por médicos “para-quedistas” que caem vindos não se sabe de onde e sem qualquer controle e com a má qualidade de alguns de que bem nos lembramos; Será o esvaziamento total disto como hospital;
10º – Finalmente o hospital de Caldas realizará o seu velho sonho de transformar o hospital de Peniche na sua ETAR! Pode-se dizer em português suave: Peniche foi papado ETAR por ETAR, talvez seja melhor que o tal SUB drene directamente para Torres Vedras, sempre fica a meio caminho de Lisboa, e os doentes não terão de andar tantos Km de ambulância;
11º – E como tudo tem um preço, escavaca-se o hospital de Peniche (que por ironia é o que tem instalações mais novas dos 3 do CHON: 23 anos) para o transformar em unidade de cuidados continuados e paliativos, replica-se o mesmo com a construção de um novo de raiz em Alcobaça, de dimensão similar e com as mesmas valências que Peniche tinha antes da infeliz integração no CHON, que nós iremos pagar, até porque o Sr. Ministro das Finanças já anunciou subida de impostos para 2011, não para relançar a economia, mas para pagar este e outros esbanjamentos;
12º – O tal acordo, promessa ou projecto de acordo entre o município de Peniche e o anterior Ministro da Saúde foi mandado às urtigas,
Moral da história: segue-se a lei geral do país, a lei do escavaca-se num lado, constrói-se de novo num outro (neste caso com mais peso político) ou o desenrascanço nacional no seu melhor: primeiro desarruma-se, desorganiza-se, desestabiliza-se, depois logo se verá…
A menos que, demolir, remodelar, reconstruir e construir estes hospitais seja uma maneira engenhosa (mas cara) de ajudar a combater a actual crise na Construção Civil dando trabalho a trolhas, carpinteiros, empreiteiros, arquitectos, engenheiros!
Um cidadão de Peniche que não está satisfeito com esta estória."
É vergonhoso o que está a acontecer. As autoridades locais andam preocupadas com o Surf e pouco mais.
O hospital de pEniche passará a ser um local para morrer e não para viver!
Esta terra está a ser uma desilusão absoluta: as pessoas não reagem, as entidades locais andam a fazer não sei o quê e a vontade é ir embora.
Sim, como já seria de prever, o fim do hospital de Peniche está próximo. As autoridades asssobiam para o lado tal como fizeram na campanha eleitoral desmentindo sempre as noticias que vinham a publico, evocando o compromisso da manutenção das urgências. E a troco das urgências, vendemos o resto a Alcobaça.
O Dr. Romão já leu isto? Terá certamente uma explicação.
jorge
Não é admissível deixarem desmantelar este hospital a favor do de Alcobaça que até vai ter um novo! O que andam as entidades locais a fazer? Porque é que a população não reage? Será possível que pensem que é melhor ir às Caldas quando aquilo estiver a abarrotar de gente? Não seria melhor exigir qualidade ao hospital de Peniche, em vez de o tornar um local para as pessoas em fim de linha? Não se entende!
Este hospital não é definitivamente o que era. Há uns anos atrás estiveram lá dois familiares internados e não houve nada de negativo a assinalar, bem pelo contrário.
Há pouco tempo, um familiar foi internado. Constatei que recebeu vários cuidados médicos e que o pessoal de enfermagem e auxiliares estavam disponíveis para esclarecimentos ou qualquer serviço. Contudo, a certa altura, algo, para mim incompreensível, aconteceu. Apesar de várias observações feitas por nós, junto dos enfermeiros e até do médico, no sentido do estado de saúde do meu familiar estar a piorar, garantiram as suas melhorias e a perspectiva de alta médica. Infelizmente, acabou por falecer. Pode ter sido tudo natural e justificável mas ficou um sentimento de amargura, de desilusão e de frustração.
A.C.
P.S. Desculpem o desabafo.
É realmente uma estória triste, lamentável mas muito muito previsível!! Peniche tem pautado o seu percurso, nos últimos 30 e tal anos por uma falta de ideias e de estratégia de desenvolvimento assustadores. Tem-se arrastado, no desenvolvimento, essencialmente assente no que o vento lhe vai proporcionando. Resultado: peso morto no que toca a influenciar e/ou captar investimento e infraestruturas. Sempre que a opção passar por investir ou desinvestir e nos pratos da balança estejam outros municípios, estrategicamente mais bem posicionados, a Peniche caberá a parte do desinvestimento e aos outros a parte do investimento. Nada mais nada menos do que as actuais leis do mercado baseadas na competitividade.
Os culpados da situação, pois bem, todos os que têm usufruído de dinheiros públicos e tão poucos resultados têm produzido para o crescimento da comunidade.