Li com atenção e entusiasmo o
Plano Estratégico da Rede de Ciclovias do Concelho de Peniche que, até 18 de Fevereiro,
aguarda a participação e contributo de todos.
Era importante que se produzisse um documento estruturante, já limado por todas as tendências políticas, e que assim permitisse uma implementação futura continuada.
O Plano abrange a utilização da bicicleta na vertente de lazer e turismo mas também enquanto meio de transporte alternativo e mais ecológico.
É nestas duas acepções que a
premência de aplicação do plano me parece totalmente diversa.
Enquanto na vertente lazer, há troços por demais urgentes e que já deveriam estar no terreno: a ligação do Parque Urbano à pista que leva ao Casal das Vala com travessias junto ao
GDP e também pela zona do Molhe Leste (
onde é que já li isto??), a continuação do Casal da Vala até à Consolação – S. Bernardino, a efectiva ligação no cruzamento do
Baleal, entre a nova pista para
Ferrel e o “antigo”
calçadão Peniche-
Baleal, a continuação de
Ferrel até as estradas municipais do Pinhal e a turística ciclovia marginal da península. Tudo isto
fazível ou pelo menos passível de iniciar no espaço dum mandato.
Já a vertente de meio de transporte alternativo carece de uma
concomitante sensibilização pública para o efeito, em simultâneo com um assumido (???) desincentivo ou moderação ao uso do automóvel, domínio onde há muito por fazer (ou retroceder) e sem o qual as pistas e faixas
cicláveis na área urbana serão vetadas ao fracasso. Neste capítulo, o horizonte previsto para implementação do Plano é bem ilustrado pela inclusão duma faixa
ciclável na Avenida Paulo VI, artéria que há décadas Peniche espera que seja aberta, e que conta com dois activos Bairros Clandestinos de permeio.
Por tudo isto, era importante
e coerente que a participação pública à discussão deste tema não se esgotasse aqui, mas que tivesse continuidade na definição de prioridades e compromissos em termos dos troços do Plano a terem implementação efectiva até ao final do actual mandato.
Só assim a componente cívica que se pretende através da participação pública seria deveras completa.