Está aberto o debate!

A Assembleia Municipal de Peniche aprovou por unanimidade, na passada sexta-feira (25 de Fevereiro), uma Moção subscrita pelos deputados Tiago Gonçalves, Américo Gonçalves, Anabela Dias, João Gomes, Natália Rocha e Silvino João, visando promover o debate sobre a reorganização administrativa do Concelho.
Esta iniciativa acompanha a reflexão e o debate nacional sobre esta temática, tendente a uma melhor optimização de recursos e meios.
Não poderia estar mais de acordo e regozijo-me pela sintonia encontrada no plenário.
Como a Moção, e muito bem, pretende também envolver a sociedade civil, deixo já aqui a minha proposta, em cores completamente arbitrárias.
Concelho com 3 freguesias:
Freguesia da Atouguia da Baleia, localidade que está ligada à génese do concelho actual, e englobando todas as actuais freguesias ditas rurais.
Freguesia de Peniche de Cima, como núcleo fundador do povoado de Peniche, e coincidindo com a actual freguesia da Ajuda.
Freguesia de Peniche de Baixo, aglutinando as actuais freguesias de Conceição e S. Pedro e contemplando a zona de Peniche resultante do crescimento do povoação devido à localização do Porto de Pesca.
E já que de paróquias não se trata, os nomes escolhidos serão muito mais adequados à divisão administrativa dum estado que se quer laico.
Venham de lá mais propostas....

Oráculo

"...mas estou certo que rapidamente iremos ler por aí que há novo e conceituado Tempero em Peniche, e que a ambos o Mar abraça." 09/04/2010

Notícia dúbia

Fico na dúvida se vamos continuar a ver por aí, o Patriarca.

A Receita

"A execução orçamental, anunciada com pompa e circunstância, perdeu a pompa e mantém a circunstância. Continua o trabalho para a surdez dos mercados. Vivemos na fronteira do desinteresse ou do desespero. Marinamos a vontade de mudar, reservamos a inspiração. Até quando?" in Defender o Quadrado .

Na reflexão que sempre me proporcionam os escritos de Sofia Loureiro dos Santos, também neste tentei descortinar um caminho, uma solução que me alentasse.

E consegui! É só substituir a vontade de mudar....por sardinhas!

Sardinhas marinadas sobre salada de quinoa e wasabi, pelo chefe Joachim Koerper, retirado daqui.

Tanto que há neste mar...

Mergulhão-de-pescoço-castanho (Podiceps auritus)

Fotografado por Vítor Maia, em Peniche, junto ao café do Quebrado.

Às voltas com a nossa saúde

No próximo dia 3 de março de 2011, às 18 horas, no Auditório da Câmara Municipal de Peniche, terá lugar uma Sessão Pública de informação e divulgação da forma de funcionamento e organização dos cuidados de saúde primários locais, Centro de Saúde. Esta iniciativa resulta duma parceria entre o Município de Peniche e o Conselho da Comunidade do Agrupamento dos Centros de Saúde Oeste Norte e tem também como objectivo fomentar a participação e aumentar a literacia no domínio da saúde.
Serão também realizadas sessões públicas com a mesma finalidade nos restantes municípios da área de abrangência deste Agrupamento (Alcobaça, Nazaré, Caldas da Rainha, Óbidos e Bombarral).

Ora cá está uma boa oportunidade para aprendermos mais sobre este nosso mutante Sistema Nacional de Saúde!

Mais info: aqui

Aqui há MIA!

Depois do sucesso do MIA 2010 (Encontro de Música Improvisada de Atouguia da Baleia), já por aí se ouvem os acordes das acções de
promoção/preparação para a edição de 2011.

A próxima terá lugar já no dia 26 de Fevereiro, às 21.30, na Capela da Fortaleza de Peniche.

Trata-se dum concerto de improvisação do Ensemble MIA que servirá de banda sonora à projecção do filme The Cabinet of Dr. Caligari, filme mudo de 1920, de Robert Wiene, conhecido por ter lançado no cinema o "Expressionismo alemão".

Mais info: aqui

Em (prometido) modo Documentário

Ontem fui aos ouriços!
Embora ciente da crescente escassez, não deixei de dar seguimento à instintiva tradição familiar que me impele à maré, no fim-de-semana da lua de Fevereiro, para de lá remover uma sustentável quantidade dos ditos, os quais, acabam cozidos em agradável convívio de petisco. (É que desde que a iguaria tomou preço de venda, que esta tradição se torna cada vez mais difícil de concretizar já que logo em Janeiro os mercenários da apanha mergulham nos mares, rapando as pedras, devidamente encartados com licenças via Multibanco que julgam lhes outorga o direito de levar à extinção local deste recurso.)
Desci pelo escorregadio litoral e inspirei a plenos pulmões o misto de iodo e maresia que no recato da falésia, e debaixo do agradável sol matinal, se torna particularmente desafiador.
Enquanto a maré não atingia o seu ponto mínimo, lá fui compondo um pequeno-almoço em sushi de lapa e percebes, a que se seguiram os primeiros ouriços, todos intensamente aromáticos, apetitosos, marinhos, em emanações e sabores que se alojam no nosso património sensorial.
O mar então convidou-me. Recolhia-se, deixando um longo espaço intertidal onde me contorci procurando os equinodermes por debaixo das lajes dos serros. Mas logo, matreiro, devolvia-se em sucessão de vagas que me envolviam, deixando-me, por vezes, náufrago solitário em ilhéu rochoso, aguardando que a água de novo recuasse. E durante um par de horas respeitámo-nos neste jogo mútuo de ancestrais cumplicidades.
No fim da safra, cansado e esfolado, apurei quantidades para que não ultrapassasse o limite de 2 kg aqui previsto para a apanha lúdica diária desta espécie.
Fiquei descansado! Não foi mais que um par de quilos....e picos.

DesApontamento

Não sou ingénuo ao ponto de pensar que os dois posts anteriores não teriam algumas repercussões na esfera política local.
Mas talvez o fosse quando pensei que a publicação das notícias transactas poderia sobretudo suscitar uma discussão onde, com base num acréscimo de informação sobre os respectivos casos, os superiores interesses de Peniche fossem debatidos, aclarados e salvaguardados.
Nada disso aconteceu!
Em vez disso esgrimiram-se farpas políticas de parte a parte, com a concomitante instrumentalização da notícia como arma política, usada consoante o alvo de cada um, numa decrépita demonstração de ausência de cidadania e de facciosismo político crónico.
Não contem comigo para tal!
O futuro de Peniche merece mais de todos nós.
Durante o período de reflexão que se segue, este blogue entrará em Modo Documentário.

Px WikiLeaks 4

Excerto do Parecer Final nº 102/2010 da Inspecção-Geral da Administração Local (IGAL) referente à inspecção ordinária ao Município de Peniche com data de Julho de 2010, com o devido aval do Secretário de Estado de Administração Local:

"....sendo certo que, não se evidenciando desenvolvimentos ou a adopção de efectivas medidas de tutela de legalidade urbanística por parte dos eleitos locais relativamente aos pareceres identificados e analisados (...), serão os mesmos participados ao Ministério Público (...), ponderando-se, ainda, caso a caso, em função dos elementos e da referida actuação dos eleitos locais, a possibilidade de participação crime...."

Esta é uma daquelas situações em que a gravidade das suspeições contidas, justificariam um esclarecimento junto dos eleitores locais...

Carlo Carrà "La camera incantata", 1917

Peniche, tipicamente portuguesa

Desde Setembro que a Etermar (empresa responsável pela obra do Fosso das Muralhas) suspendeu a construção da eclusa, junto ao Forte das Cabanas, por se ter deparado com solos argilosos não previstos no perfil geotécnico disponibilizado, onde constava um sólido maciço rochoso.
A empresa propõe estudos adicionais, alteração ao projecto inicial, novos trabalhos e encargos, tudo devidamente fundamentado em novas sondagens de forma a corrigir o falacioso estudo inicial da zona de implementação. A autarquia já solicitou ao empreiteiro nova proposta de preço.

E tudo acabará bem...
A empresa facturará mais. A autarquia lá dará um jeito para que a mediática obra seja concluída. E o contribuinte, como sempre, pagará os encargos adicionais.
Já os autores do equivocado estudo geotécnico inicial lá continuarão, impunemente, a baralhar maciços rochosos com argila....

Hoje, contrario o provérbio...

Tudo o que vem à net, é peixe!
(foto de Dominique Labaume)

Poem para Peniche

"... na medida em que o porto de Peniche apresenta condições de aptidão portuária que apontam para que possa ser constituído como uma zona de reserva estratégica porque, nomeadamente, detém potencial para um eventual desenvolvimento futuro de actividade portuária comercial, qualquer uso na sua envolvente deverá ser objecto de avaliação de potencial incompatibilidade à expansão portuária. "

(Plano de Ordenamento do Espaço Marítimo (POEM) em período de Discussão Pública até 22 de Fevereiro de 2011)

Apesar das reconhecidas promessas de aptidão para desenvolvimento futuro, remonta há décadas a reserva estratégica a que permanece remetido o Porto de Peniche.
À conta dessa inconsequente expansão das suas actividades, nomeadamente na valência comercial, a área do porto tem-se alargado ao longo de décadas, incluindo actualmente a totalidade da nobre faixa costeira sul do istmo, onde a ligação do mar à cidade foi definitivamente truncada.
Na leitura deste POEM, em discussão pública, e em virtude da sempre alegada reserva estratégica, é agora a zona envolvente do Porto que se pretende condicionar, sonegando cada vez mais a pretendida retoma da ligação da cidade ao Mar.
Que desperdício!

Chambres? Rooms? Zimmers?

...ou prefere Peniche Bookings?

Projecto Restauração Peniche

Já sabemos quem são e o que fazem.

Resta-nos aguardar para saber da importância socio-económica da Restauração em Peniche...

É mais uma excelente iniciativa no âmbito de Área de Projecto da Escola Secundária, a tal disciplina que todos enaltecem, mas que após este ano deixa de constar do currículo.
Alguém nos ensina porquê?

"Compre o que não é nosso"

Os Estaleiros Navais de Peniche adquiriam, em Novembro passado, 49% dos estaleiros Naval Canal, na Madalena - Pico, em situação económica precária, com o propósito de investir nos Açores e tendo obviamente em conta a possibilidade de construção para a região dos dois novos navios da companhia açoriana Atlânticoline.
Os governantes açorianos aplaudiram e, em bicos de pés, divulgaram a notícia, naquilo que consideraram uma grande aposta na recuperação daquela actividade de grande tradição na região.
Entretanto, o caderno de encargos para o concurso dos novos navios é de tal forma exigente que praticamente deixa de fora todas as empresas portuguesas, entre elas os estaleiros de Peniche.
Nesta situação, a empresa de Peniche entendeu que já não seria viável o investimento nos Açores e recuou no negócio.
Como resultado, a Naval Canal provavelmente deixará de ser viável, os Estaleiros Navais de Peniche perdem uma oportunidade de crescimento e vêem a sua postura questionada pelos governantes açorianos que se inflamam em mais este aceso debate e, como sempre, haverá mais um chorudo negócio em Portugal para a empresa estrangeira que ganhar o concurso de fornecimento dos navios.
Permanecem insondáveis os caminhos da recuperação económica nacional...