É consensual que o projecto de reabilitação do Campo da Torre, que decorreu durante vários anos, com várias oportunidades de discussão, quer ao nível instuticional, quer no domínio da participação pública, teve um resultado final que não agradou aos penicheiros.
A boa intenção que presidiu à substituição do saibro do projecto inicial pela gravilha, resolveu o problema do uso daquele espaço em tempos chuvosos, mas teve como resultado um piso incómodo, não facilmente transitável, que inviabiliza a utilização daquela área como local de lazer e disfruto.
Muito se disse e argumentou sobre os culpados desta situação e a discussão entrou na esfera política, razão mais que suficiente para sobre ela não opinar.
Certo é que está mal e importa corrigir.
A primeira correcção foi por demais infeliz. A cedência aos argumentos dum grupo de pressão comercial, que conseguiu reintroduzir o estacionamento automóvel no meio do largo, comprometeu toda a intenção do projecto inicial, a dum amplo largo para usufruto dos munícipes e visitantes, com concomitante enquadramento paisagístico da Fortaleza.
Se se invoca que a ausência de contestação na fase de projecto subentende a aprovação (pelo menos tácita) da maioria dos penicheiros, como se justifica que, a posteriori, a vontade de alguns possa induzir alterações.
Preconiza-se agora outra achega ao projecto, com a criação de dois passeios de ambos os lados do arruamento para permitir uma circulação de peões.
Parece-me pouco. Se o objectivo era que o largo fosse uma zona de lazer, uma sala de visitas da cidade, haveria que substituir toda a gravilha por lajes calcárias de modo a que a circulação pedonal na zona se fizesse em toda a sua dimensão, sem condicionalismos, e que possibilitasse o total uso do largo na míriade de actividades turísticas e culturais a que ele tanto se adequa, e em que este executivo é pródigo.
É claro que tudo isto deixa de fazer sentido se a Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem voltar a esta zona, o que por si só justificará a gravilha existente.
Sobre isso, resta-nos esperar o que os comerciantes da zona irão decidir....